Las Vegas — InkDesign News — No dinâmico cenário da tech de consumo, a busca pela eliminação de cabos visíveis motiva soluções de engenharia cada vez mais heterodoxas, culminando em sistemas de sucção que pretendem transformar televisores convencionais em exibições flutuantes e autônomas.
Contexto e lançamento
A Displace, startup que ganhou notoriedade no setor de cultura tech & geek por suas propostas disruptivas, anunciou recentemente o Displace Hub. O dispositivo representa uma evolução em sua estratégia de eliminar a dependência de suportes fixos e fiações elétricas tradicionais. Diferente de seus lançamentos anteriores, que consistiam em televisores proprietários, o Hub é projetado para ser universal, com estreia oficial agendada para a CES 2026 — evento que historicamente serve de palco para inovações que testam os limites da viabilidade técnica e do design doméstico.
A empresa tem um histórico de desafiar as convenções do mercado. Anteriormente, apresentou uma televisão totalmente sem fios que utilizava baterias intercambiáveis e um sistema de fixação por vácuo. O novo Hub busca expandir essa premissa para aparelhos de terceiros, visando um mercado de consumidores que já possuem telas de alta performance, mas desejam a estética minimalista de um painel sem conexões físicas aparentes.
tornando “qualquer TV sem fio” no processo
(“making ‘any TV wireless’ in the process”)— Comunicado de Imprensa, Displace
Design e especificações
O funcionamento do Displace Hub baseia-se no que a empresa denomina “sução de ciclo ativo” (active-loop suction). Este mecanismo, alimentado por bateria, é capaz de criar um selo de vácuo entre o televisor e a parede em menos de 10 segundos, eliminando a necessidade de perfurações ou suportes metálicos VESA. Segundo a fabricante, o sistema é compatível com telas que variam de 55 a 100 polegadas, abrangendo a maioria dos modelos premium disponíveis atualmente.
A autonomia energética é outro pilar central do projeto. O dispositivo utiliza células de bateria que exigem recarga intermitente. Embora detalhes técnicos específicos sobre a amperagem não tenham sido divulgados, estima-se que o sistema siga o padrão de modelos anteriores da marca, oferecendo aproximadamente seis horas de uso contínuo por pacote de bateria. No entanto, a praticidade desse sistema levanta questões sobre o gerenciamento doméstico de energia, uma vez que o usuário precisará realizar trocas manuais para manter o funcionamento da tela.
Repercussão e aplicações
Apesar da inovação estética, a recepção da comunidade técnica é cautelosa. A segurança de manter televisores de até 100 polegadas — investimentos que podem superar dezenas de milhares de reais — fixados apenas por vácuo é um ponto de debate intenso. Relatos anteriores indicam incidentes de falha no selo de sucção em demonstrações passadas, o que coloca a integridade estrutural do Hub sob escrutínio.
vi uma TV Displace cair direto da parede
(“saw a Displace TV fall straight off the wall”)— Relato de Testemunha, via Gizmodo
Outro ponto de análise é a funcionalidade prática da conectividade. O Hub inclui duas entradas HDMI para dispositivos externos, como consoles de videogame ou barras de som. Contudo, a necessidade de conectar cabos físicos ao Hub pode parecer contraditória à premissa de um ambiente totalmente sem fios. Em comparação, concorrentes como a LG optaram por caixas de transmissão sem fio independentes que podem ser ocultadas em móveis distantes da tela. Sem informações oficiais sobre preço ou capacidade máxima de carga, o Displace Hub permanece como uma prova de conceito ambiciosa sobre o futuro da integração tecnológica no lar moderno.
O setor aguarda agora a demonstração prática na CES 2026 para validar se a tecnologia de sucção pode, de fato, substituir a confiabilidade do metal e do parafuso na sustentação do entretenimento doméstico de luxo.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)





