Firmas financeiras devem se preparar para ataques com computação quântica

São Paulo — InkDesign News — As instituições financeiras e governamentais enfrentam um alerta crítico sobre a preparação para os riscos cibernéticos trazidos por computadores quânticos. Especialistas enfatizam a urgência de mitigações apropriadas, apesar da crença de que esses computadores ainda estão décadas longe de serem uma ameaça eficaz.
Vetor de ataque
A chegada dos computadores quânticos representa um vetor de ataque significativo para sistemas que dependem da criptografia clássica, como RSA-2048. De acordo com previsões, esses dispositivos poderão quebrar a criptografia em menos de 24 horas. O alerta do Financial Services Information Sharing and Analysis Center (FS-ISAC) indica que atrasos na adoção de criptografia pós-quântica, devido a interdependências entre empresas e a necessidade de novos padrões, poderiam deixar dados sensíveis vulneráveis.
Impacto e resposta
O impacto potencial dos computadores quânticos sobre a segurança cibernética é profundo. “Os dados podem ser colhidos e armazenados para serem descriptografados no futuro”, afirma Mike Silverman, CEO do FS-ISAC. (
“Os dados podem ser colhidos e armazenados para serem descriptografados no futuro”
(“Sensitive data can be harvested and stored to be decrypted in the future.”)— Mike Silverman, CEO, FS-ISAC
) A espreita da técnica conhecida como “colher agora, descriptografar depois” expõe a necessidade urgente de que as organizações implementem estratégias de migração imediatas para criptografia resistente a computadores quânticos.
Análise e recomendações
A análise de Mosca’s Theorem sugere que a soma do tempo necessário para estabilizar os dados (X) e o tempo para fazer a transição (Y) precisa ser realizada antes da chegada de um computador quântico correspondente. Se uma organização não priorizar essa migração, a segurança de dados críticos pode ser comprometida. Além disso, os prazos impostos por diversas legislações internacionais, como a da União Europeia, que exige a transição para criptografia pós-quântica até 2030, tornam essa questão ainda mais premente.
Além de fazer um inventário de seus ativos digitais, as empresas devem identificar casos de uso de alto e médio risco e desenvolver um plano de transição, garantindo a colaboração em todo o setor, especialmente no âmbito financeiro. As interdependências tornam essa ação coletiva um imperativo para a mitigação eficiente de riscos.
Com os avanços em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias quânticas se acelerando, o potencial para uma “explosão quântica” nos próximos anos torna a preparação uma prioridade indiscutível.
Fonte: (Dark Reading – Segurança Cibernética)