
Brasília — InkDesign News — O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP) inauguraram em 19 de agosto de 2023 a Wolbito do Brasil, maior biofábrica do mundo dedicada à criação do mosquito Aedes aegypti inoculado com a bactéria Wolbachia, que inibe a transmissão de vírus relacionados à dengue, chikungunya e zika.
Contexto e objetivos
A proliferação de arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue e zika, apresenta um desafio significativo à saúde pública no Brasil. Com a perspectiva de reduzir drasticamente a incidência dessas doenças, a Wolbito do Brasil foi concebida para produzir até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana. A unidade inicialmente atenderá ao Ministério da Saúde, que seleciona os municípios para a implementação do método Wolbachia com base em mapas de incidência das arboviroses.
Metodologia e resultados
Desde 2014, a técnica de inoculação do Aedes aegypti com a Wolbachia está sob investigação, tendo inicialmente sido liberada em bairros das cidades do Rio de Janeiro e Niterói. A implantação foi expandida para outras seis cidades brasileiras e está em fase de comunicação e engajamento nas próximas localidades. Estudos demonstram que, ao serem liberados no ambiente, os mosquitos infectados se reproduzem com a população local, gerando descendentes também portadores da bactéria com uma capacidade reduzida de transmitir doenças.
“A inauguração dessa fábrica coloca o Brasil, por meio dessa associação da Fiocruz com o Tecpar, aqui no Paraná, na linha de frente dessa tecnologia para todo mundo.”
(“The inauguration of this factory positions Brazil, through this association between Fiocruz and Tecpar, here in Paraná, at the forefront of this technology for the whole world.”)— Alexandre Padilha, Ministro da Saúde
Os mosquitos da Wolbachia demonstraram, em estudos, impedir a multiplicação de diversos arbovírus e apresentar vantagem reprodutiva sobre populações não infectadas. A expectativa é que para cada R$ 1 investido em prevenção, a economia em tratamentos e internações possa variar entre R$ 43,45 e R$ 549,13.
Implicações para a saúde pública
A introdução do método Wolbachia nas cidades-alvo visa uma colaboração direta entre os órgãos de saúde e a população. A liberação dos mosquitos está programada para o segundo semestre de 2023, e a biofábrica enfatiza que não utiliza mosquitos transgênicos, complementando outras estratégias de controle de vetores. O objetivo final é a redução dos gastos com tratamentos e internações relacionados às arboviroses.
“O método não usa mosquitos transgênicos e é complementar a outros métodos e aos cuidados básicos que a população deve manter para eliminar os criadouros de insetos.”
(“The method does not use transgenic mosquitoes and complements other methods and the basic care that the population must maintain to eliminate insect breeding grounds.”)— Representante do IBMP
Seguindo essa direção, recomenda-se a continuidade das campanhas de conscientização e a colaboração mútua entre a população e os órgãos de saúde, a fim de maximizar a eficácia do método proposto e garantir um impacto significativo na saúde pública.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)