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Ciência & Exploração

Estudo revela variantes genéticas únicas em Turkana contra calor

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Nairobi — InkDesign News — Uma pesquisa recente publicada em 18 de setembro na revista Science identificou adaptações genéticas notáveis no povo Turkana, grupo étnico do Quênia, permitindo que enfrentem com eficiência a escassez extrema de água no calor do deserto. O estudo sequenciou genomas de centenas de indivíduos e revelou variantes exclusivas no gene STC1, que ajudam os rins a reter água, fundamental para a sobrevivência em condições áridas.

O Contexto da Pesquisa

O povo Turkana, tradicionalmente pastoril, vive em uma das regiões mais quentes e secas do planeta, onde mulheres percorrem diariamente entre 5 e 10 quilômetros levando água sob calor intenso. Historicamente, a dieta é predominantemente baseada em produtos animais — carne, leite e sangue — com baixíssima ingestão calórica e quase nenhum carboidrato. A sobrevivência nessas condições intrigou pesquisadores sobre possíveis mecanismos genéticos de adaptação ao ambiente hostil.

Resultados e Metodologia

O estudo, coordenado pelo geneticista Julien Ayroles da Universidade da Califórnia, Berkeley, analisou cerca de 5.000 voluntários Turkana, com sequenciamento completo dos genomas de 367 pessoas. Identificaram oito regiões do DNA com variantes características na população, sendo a mais notável próxima ao gene STC1.

Experimentos demonstraram que células renais humanas ativam esse gene na presença do hormônio antidiurético (ADH), sugerindo que auxilia na conservação de água. Simulações de computador indicam que a seleção natural nessa região genética começou entre 5.000 e 7.000 anos atrás, coincidindo com a seca do Saara e o advento do pastoreio na África Oriental.

Contudo, a modernização traz desafios. A transição para centros urbanos, impulsionada por secas e fomes nas últimas décadas, levou a mudanças bruscas na dieta, predominantemente de grãos e alimentos processados, resultando em eficiência renal reduzida e aumento de marcadores inflamatórios no sangue dos Turkana urbanos em comparação aos da zona rural. Isso os torna mais suscetíveis a doenças crônicas, como doenças cardíacas.

“About 80% of the diet of [the Turkana people] is animal byproduct, so meat, milk, and blood; there’s almost no carbs. And all of the sudden, with food aid or in the cities, carbs are the bulk of the diet. That flip is dramatic, and it’s tied to the same noncommunicable diseases we see in the West.”
(“Cerca de 80% da dieta dos [turkana] é de subprodutos animais, então carne, leite e sangue; quase não há carboidratos. De repente, com a ajuda alimentar ou nas cidades, os carboidratos passam a ser o grosso da dieta. Essa mudança é dramática, e está ligada às mesmas doenças não transmissíveis observadas no Ocidente.”)

— Julien Ayroles, Geneticista, Universidade da Califórnia, Berkeley

Implicações e Próximos Passos

O estudo exemplifica como adaptações genéticas que, em um ambiente, são essenciais à sobrevivência, podem representar fatores de risco em contextos modernos. Segundo Tony Capra, professor da Universidade da Califórnia, São Francisco, que não participou da pesquisa:

“I really like this [study]. [It] identifies what I’m sure will become a textbook example of genetic adaptation to an extremely arid environment among the Turkana of northern Kenya. What makes this study exemplary is its long-term collaboration with Turkana communities and local healthcare workers.”
(“Eu realmente gostei deste [estudo]. [Ele] identifica o que certamente se tornará um exemplo clássico de adaptação genética a um ambiente extremamente árido, entre os Turkana do norte do Quênia. O que torna esse estudo exemplar é a colaboração duradoura com as comunidades Turkana e profissionais de saúde locais.”)

— Tony Capra, Professor, Universidade da Califórnia, São Francisco

Especialistas alertam que adaptações humanas raramente dependem de um único gene, sendo geralmente efeito de um conjunto de variações genéticas. O grupo de Ayroles pretende comparar os resultados com outras populações de desertos na África, Índia e América do Sul e aprofundar o entendimento sobre como variantes genéticas historicamente favoráveis interagem com estilos de vida urbanos.

A pesquisa abre caminho para novas reflexões sobre a relação entre patrimônio genético, ambientes extremos e saúde pública em cenários de rápida urbanização, destacando a necessidade de integrarmos conhecimento genético às políticas de saúde das populações tradicionalmente adaptadas a ambientes extremos.

Fonte: (Live Science – Ciência)

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Tiago F Santiago

Tiago F. Santiago é Analista de Marketing na C2HSolutions, onde, em sua atuação fixa, combina estratégia e tecnologia para impulsionar soluções digitais. Paralelamente, dedica-se como hobby à InkDesign News, contribuindo com a criação de notícias e conteúdos jornalísticos. Apaixonado por programação, ele projeta aplicações web e desenvolve sites sob medida, apoiando-se em sua sólida expertise em infraestrutura de nuvem — dominando Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud — para garantir que cada projeto seja escalável, seguro e de alta performance. Sua versatilidade e experiência técnica permitem-lhe transformar ideias em produtos digitais inovadores.

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