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Brasília — InkDesign News — Um novo olhar sobre o destino dos objetos confiscados nos postos de segurança dos aeroportos norte-americanos revela como milhares de itens apreendidos, desde relógios de grife até facas suíças, são processados e colocados à venda por leilões online organizados por estatais. O levantamento, divulgado em 2024, reúne dados e entrevistas inéditas provenientes da agência federal norte-americana responsável pelo controle de segurança de transportes, a TSA (Transportation Security Administration).
O Contexto da Pesquisa
O aumento no volume de itens perdidos ou abandonados em aeroportos, consequência das rígidas normas de segurança pós-2001, sempre gerou especulações sobre o destino desses objetos — muitos de alto valor, incluindo bebidas, eletrônicos e joias. É comum o passageiro acreditar que agentes de segurança se beneficiam diretamente com a apreensão desses bens. Contudo, investigações recentes desconstruíram esse mito, revelando um sistema rigoroso de descarte e leilão público controlado por agências governamentais estaduais.
Resultados e Metodologia
Segundo informações fornecidas pela TSA, “Transportation Security Officers at airport checkpoints do not confiscate prohibited items” (“Os agentes de segurança em postos de controle de aeroportos não confiscam itens proibidos”), explicou um porta-voz oficial da agência por email.
“Passengers have a choice when they present at a checkpoint with a prohibited item. They can hand it to a friend or family member at the airport who is not traveling with them, they can return the item to their vehicle, or they can return to the airline ticket counter and place the item in checked baggage.”
(“Passageiros têm opções ao apresentar um item proibido. Podem entregá-lo a um conhecido no aeroporto, retornar com ele ao veículo ou levá-lo ao balcão e despachá-lo.”)— Porta-voz oficial, TSA
Quando nenhum desses caminhos é possível, os passageiros podem optar pelo abandono voluntário do objeto, que então passa a integrar lotes recolhidos ao final de cada dia. A maior parte desses itens, separada por tipos — como facas, ferramentas, acessórios eletrônicos e perfumes — é transportada para leilões por terceiros efetuados em plataformas como GovDeals.com. Entre os lotes mais comuns, encontram-se canivetes suíços, ferramentas e eletrônicos. Os valores arrecadados não revertem à própria TSA, mas ao governo estadual respectivo.
Implicações e Próximos Passos
A destinação desses objetos por meio de leilões públicos reforça a transparência do processo e evita estímulos indesejados entre agentes de segurança. Para os interessados, encontrar um bom negócio — de joias a eletrônicos — se tornou possível, embora haja ressalvas de higiene e restrições logísticas: muitos lotes contendo objetos cortantes, por exemplo, não podem ser enviados por correio e exigem retirada presencial.
“Given the number of switchblades, hunting knives, boxcutters, and other potentially lethal weapons that make their way to the auction, you may find yourself with a newfound appreciation for the TSA.”
(“Diante da quantidade de canivetes automáticos, facas de caça, estiletes e outras armas potentes que vão a leilão, o público pode até admirar o trabalho da TSA.”)— Diana Hubbell, jornalista investigativa
Para a área de segurança, os dados reforçam o valor dos controles atuais, reduzindo ameaças em voos ao passo que alimentam uma curiosa cadeia de circulação secundária desses objetos. O modelo pode incentivar procedimentos similares em outras jurisdições, em especial onde ainda impera o destino desconhecido dos itens confiscados.
Nos próximos anos, especialistas devem monitorar os efeitos desses leilões sobre o fluxo de materiais e discutir alternativas para itens de maior risco, além de políticas compensatórias para objetos de alto valor cultural ou monetário.
Fonte: (Popular Science – Ciência)