Estudo revela que universo infantil era quente antes de brilhar

São Paulo — InkDesign News — Astrônomos estão mais próximos de detectar a enigmática Época da Reionização, um período crucial na história do universo, por meio de sua pesquisa com o telescópio Murchison Widefield Array (MWA) na Austrália. Essa descoberta pode redefinir nossa compreensão sobre a evolução cósmica.
Contexto da descoberta
A Época da Reionização, que ocorreu cerca de um bilhão de anos após o Big Bang, marca o fim das chamadas Idades das Trevas Cósmicas, quando o gás entre as galáxias passou de opaco para transparente. Esta transição permitiu que a luz das primeiras estrelas e galáxias se propagasse pelo universo.
Métodos e resultados
Dr. Ridhima Nunhokee, astrônoma da Curtin University e membro do International Centre for Radio Astronomy Research (ICRAR), destacou que a pesquisa foi realizada em duas fases. Na fase inicial, a equipe obteve evidências do aquecimento do meio intergaláctico, 800 milhões de anos após o Big Bang. A pesquisa requereu a isolação do sinal sutil da Época da Reionização, além da identificação e remoção de outras fontes de ondas de rádio que poderiam interferir nas observações.
“Para estudar este período inicial do universo, devemos isolar o sinal fraco da Época da Reionização, identificando e removendo cada outra fonte de ondas de rádio em nossa observação.”
(“To study this early period of the Universe, we must isolate the faint signal from the Epoch of Reionization, identify and remove every other source of radio waves in the Universe from their observations.”)— Dr. Ridhima Nunhokee, Astrônoma, Curtin University
A equipe desenvolveu métodos para lidar com a contaminação de primeiros planos e, assim, conseguir extrair um sinal limpo. Além disso, foram integrados cerca de dez anos de dados do MWA, resultando em observações prolongadas e de maior qualidade.
Implicações e próximos passos
A análise sugere que o universo deve ter sido “pré-aquecido” antes da reionização. Resultados evidenciam que a falta de sinais típicos de um universo frio descarta essa possibilidade. “Nossa medições mostram que ele está pelo menos aquecido em certa medida”, comentou a professora Cathryn Trott, também da Curtin University. O aquecimento interpretado é possivelmente impulsionado pela energia de fontes de raios-X provenientes de buracos negros primordiais e restos estelares.
“Medições mostram que reionização muito fria está descartada. Isso é realmente interessante.”
(“That’s really interesting.”)— Prof. Cathryn Trott, Astrônoma, Curtin University
As descobertas foram publicadas em dois artigos no Astrophysical Journal e abrem caminho para futuras pesquisas que podem oferecer novos entendimentos sobre a formação e evolução do universo.
Esses avanços não apenas contribuem para o entendimento teórico do cosmologia, mas também podem influenciar novas abordagens em astrofísica.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)