Estudo revela que hipopótamos viveram na Europa Central há 40 mil anos

Contexto da descoberta
Há mais de 40.000 anos, uma pequena população de hipopótamos viveu no Upper Rhine Graben, ao sul da Alemanha. Esta nova descoberta sugere que a colonização de hipopótamos na Europa ocorreu em várias ondas, possivelmente por diferentes espécies do gênero Hippopotamus. Durante o auge de sua distribuição geográfica, esses animais foram encontrados desde as Ilhas Britânicas até as penínsulas ibéricas e italianas, indicando um ambiente temperado com vegetação densa e corpos d’água abundantes.
Métodos e resultados
Os pesquisadores, liderados pelo Professor Wilfried Rosendahl da Reiss-Engelhorn-Museen Mannheim, analisaram 19 espécimes fósseis coletados na região. A datação por radiocarbono revelou que esses hipopótamos viveram entre 47.000 e 31.000 anos atrás, durante uma fase climática mais amena do Weichseliano.
“Nossa pesquisa demonstra que os hipopótamos povoaram o Upper Rhine Graben em algum momento entre aproximadamente 47.000 e 31.000 anos atrás.”
(“Our study demonstrates that hippos inhabited the Upper Rhine Graben in southwestern Germany sometime between approximately 47,000 and 31,000 years ago.”)— Professor Wilfried Rosendahl, General Diretor, Reiss-Engelhorn-Museen Mannheim
Utilizando análise de DNA antigo, os cientistas descobriram que os hipopótamos da Era do Gelo na Europa estão intimamente relacionados aos hipopótamos africanos modernos. Essa análise revelou uma baixa diversidade genética, sugerindo uma população pequena e isolada na região.
Implicações e próximos passos
Os resultados desta pesquisa têm implicações significativas para a compreensão da história biogeográfica dos hipopótamos na Europa. A descoberta de que hipopótamos coexistiram com espécies adaptadas ao frio, como mamutes e rinocerontes lanosos, desafia noções anteriores sobre a homogeneidade climática da era.
“Os resultados demonstram que os hipopótamos não desapareceram da Europa Central no final do último período interglacial, como se supunha.”
(“The results demonstrate that hippos did not vanish from middle Europe at the end of the last interglacial, as previously assumed.”)— Dr. Patrick Arnold, Pesquisador, Universidade de Potsdam
Além disso, a pesquisa destaca a importância de reanalisar outros fósseis de hipopótamos na Europa continental que foram tradicionalmente atribuídos ao último período interglacial. Os cientistas sugerem iniciar investigações sobre outras espécies animais que podem ter habitado a região durante esse período.
Essas descobertas não apenas ampliam nosso entendimento sobre a presença de hipopótamos na Europa, mas também levantam questões sobre as adaptações climáticas e ecológicas dessas espécies em um cenário em constante mudança.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)