
São Paulo — InkDesign News — Uma pesquisa recente revelou novas informações sobre o famoso crânio de Harbin, que data de pelo menos 146 mil anos. A descoberta contribui para entender a evolução dos hominídeos e sugere a classificação do exemplar como uma nova espécie, Homo longi.
Contexto da descoberta
O crânio foi encontrado em 1933 durante a construção de uma ponte sobre o rio Songhua, na cidade de Harbin, na província de Heilongjiang, na China. Devido ao seu resgate irregular e à longa intervalação temporal, informações sobre o exato local e camada fóssil foram perdidas. O crânio é maior que outros humanos arcaicos e possui características morfológicas distintas, como órbitas oculares quase quadradas e um crânio relativamente longo e baixo.
Métodos e resultados
Recentemente, o Dr. Qiaomiei Fu e sua equipe da Academia Chinesa de Ciências conduziram uma análise paleoproteômica do crânio e seu cálculo dental. Eles identificaram mais de 308 mil peptídeos e confirmou 95 proteínas endógenas. Uma descoberta notável foi a identificação de três variantes únicas aos Denisovanos, ligando o crânio de Harbin a um fragmento de osso da caverna de Denisova. “Fósseis de Denisovanos eram limitados, dificultando nossa compreensão de sua morfologia e história evolutiva”, afirmou a equipe.
Implicações e próximos passos
A análise revelou que o indivíduo pertence a uma linhagem primitiva de mtDNA dos Denisovanos. Isso sugere que os Denisovanos ocupavam uma vasta região geográfica na Ásia durante o Pleistoceno Médio. A recuperação do DNA mitocondrial do cálculo dental abre novas possibilidades para a pesquisa genética sobre hominídeos dessa época, permitindo um entendimento mais profundo das relações morfológicas entre os Denisovanos e outras populações do Leste Asiático.
“A associação do mtDNA dos Denisovanos com o crânio de Harbin permite uma melhor compreensão das relações morfológicas entre Denisovanos e outros fósseis do Pleistoceno Médio no Leste Asiático.”
(“The association of Denisovan mtDNA with the Harbin cranium allows a better understanding of the morphological relationships between Denisovans and other East Asian Middle Pleistocene fossils.”)— Dr. Qiaomiei Fu, Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia
Essas descobertas não apenas ampliam o escopo do conhecimento sobre as interações entre espécies de hominídeos, mas também trazem à luz outros fósseis, como aqueles encontrados em Dali e Hualongdong, que podem ter características similares, indicando a presença de populações Denisovanas na região.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)