
São Paulo — InkDesign News — Uma pesquisa recente liderada pela Universidade da Califórnia, Berkeley, e pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia revela que os flamingos, longe de serem alimentadores de filtragem passivos, são predadores ativos que utilizam armadilhas induzidas por fluxo para capturar invertebrados ágeis.
Contexto da descoberta
Os flamingos são frequentemente vistos como simples filtradores de alimentos, mas novos estudos desafiam essa visão. Para entender melhor o comportamento alimentar desses aves, os pesquisadores se concentraram nos métodos que os flamingos utilizam para capturar suas presas, particularmente em ambientes aquáticos ricos em fauna como os camarões-reshos.
Métodos e resultados
O Dr. Victor Ortega Jiménez e sua equipe treinaram flamingos chilenos (Phoenicopterus chilensis) no Zoológico de Nashville para se alimentar em um aquário preenchido com água, utilizando câmeras de alta velocidade e técnicas de velocimetria de imagem de partículas para analisar o comportamento de alimentação. Eles descobriram que os flamingos usam seus pés webbed para agitar o fundo do sedimento, criando redemoinhos que atraem a presa à superfície.
“Os flamingos são, na verdade, predadores, eles estão ativamente procurando por animais que se movem na água…”
(“Flamingos are actually predators, they are actively looking for animals that are moving in the water…”)— Dr. Victor Ortega Jiménez, Pesquisador, Universidade da Califórnia, Berkeley
Implicações e próximos passos
As implicações dessas descobertas são significativas, sugerindo que a dinâmica alimentar dos flamingos é mais complexa do que se pensava anteriormente. Utilizando dinâmica de fluidos computacional, a pesquisa confirmou que os redemoinhos realmente concentram partículas, aumentando a eficiência de captura das aves. Os pesquisadores observaram que a utilização de um modelo impresso em 3D simulou com precisão o comportamento natural dos flamingos em um ambiente aquático.
“É esse truque da dinâmica dos fluidos…”
(“It’s this trick of fluid dynamics…”)— Dr. Victor Ortega Jiménez, Pesquisador, Universidade da Califórnia, Berkeley
Esses avanços não apenas alteram a percepção sobre os hábitos alimentares dos flamingos, mas também abrem caminhos para pesquisas futuras sobre como outras espécies interagem com seus ecossistemas. A pesquisa foi publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences, destacando a necessidade de uma compreensão mais profunda das interações ecológicas em habitats aquáticos.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)