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Ciência & Exploração

Estudo revela por que remédios têm gosto amargo

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Nápoles — InkDesign News — O recente estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Nápoles Federico II busca responder uma questão comum, porém negligenciada: por que muitos medicamentos possuem gosto tão desagradável? A descoberta, fruto de análises em colaboração com outras instituições europeias, lança nova luz sobre a origem evolutiva dos princípios ativos utilizados em remédios e como as estratégias de formulação farmacêutica tentam atenuar esse incômodo ao paciente.

O Contexto da Pesquisa

Muitos medicamentos modernos têm seus princípios ativos derivados de substâncias encontradas na natureza, especialmente em plantas e invertebrados marinhos, como esponjas e corais. Esses organismos, por serem imóveis, desenvolveram ao longo de milhões de anos compostos químicos capazes de afastar predadores, geralmente através da toxicidade. Segundo Orazio Taglialatela Scafati, biólogo farmacêutico da Universidade de Nápoles Federico II, “Eles não podem se mover. Não podem escapar. Portanto, a única ferramenta que têm para se defender dos predadores é produzir compostos químicos que, em geral, são tóxicos para seres humanos ou outros animais.”
(“They cannot move. They cannot escape. So the only tool that they have to defend themselves from predators is to produce chemicals and they are usually compounds that are, to some extent, toxic for humans or other animals,”)

— Orazio Taglialatela Scafati, Biólogo Farmacêutico, Universidade de Nápoles Federico II

Ao longo da evolução, humanos — assim como outros animais — desenvolveram receptores gustativos, em especial para o sabor amargo, como um mecanismo de defesa para evitar a ingestão inadvertida de substâncias tóxicas presentes em fontes naturais.

Resultados e Metodologia

A pesquisa delineia como a amargura dos medicamentos está ligada não apenas à química ativa das moléculas, mas ao modo como humanos percebem e aceitam essas substâncias. “As pessoas focam muito no gosto, mas deveríamos, na verdade, focar na palatabilidade”, explicou Bahijja Raimi-Abraham, cientista farmacêutica e farmacêutica em exercício no King’s College London. “Não estamos apenas pensando no gosto, estamos pensando no cheiro, no retrogosto, na textura, na aparência. Esses fatores determinam se alguém vai aceitar um medicamento.”
(“People focus a lot on the taste but we should actually be focused on palatability. We’re not just thinking about taste, we’re thinking about smell, we’re thinking about aftertaste, texture, appearance. These factors determine if somebody is going to accept a medicine.”)

— Bahijja Raimi-Abraham, Cientista Farmacêutica, King’s College London

O estudo destaca que as fórmulas farmacêuticas incluem excipientes — compostos inativos — com o objetivo de melhorar a absorção, a estabilidade e a forma de ingestão do remédio. A adição de aromatizantes e outras estratégias tenta amenizar o sabor desagradável, mas fatores como o retrogosto persistente e o local de dissolução no trato digestivo ainda apresentam desafios.

Implicações e Próximos Passos

A questão do sabor das medicações excede a simples experiência sensorial: a aceitação do tratamento pode ser severamente afetada, especialmente em populações pediátricas e geriátricas. A recusa ou dificuldade em administrar doses completas compromete não apenas a saúde individual, mas pode contribuir para fenômenos de larga escala, como a resistência antimicrobiana.

Indústrias farmacêuticas investem milhões anualmente para aperfeiçoar a palatabilidade, equilibrando adoçantes, flavorizantes, revestimentos, e modificações na estrutura química. Entretanto, aprimorar um desses aspectos pode deteriorar outros, tornando a tarefa quase artesanal. O avanço das pesquisas em sensores de sabor em outros órgãos além da língua, como o esôfago e o estômago, agrega complexidade ao desafio.

O futuro do desenvolvimento farmacêutico depende de novas abordagens multidisciplinares, buscando não apenas a eficácia, mas a aceitação plena dos medicamentos, especialmente para públicos mais vulneráveis. Como sintetizou Raimi-Abraham, “A razão pela qual alguns produtos ainda apresentam gosto amargo é porque desenvolver a estratégia de formulação para o sabor ideal é tanto uma arte quanto uma ciência.”

Fonte: (Live Science – Ciência)

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Tiago F Santiago

Tiago F. Santiago é Analista de Marketing na C2HSolutions, onde, em sua atuação fixa, combina estratégia e tecnologia para impulsionar soluções digitais. Paralelamente, dedica-se como hobby à InkDesign News, contribuindo com a criação de notícias e conteúdos jornalísticos. Apaixonado por programação, ele projeta aplicações web e desenvolve sites sob medida, apoiando-se em sua sólida expertise em infraestrutura de nuvem — dominando Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud — para garantir que cada projeto seja escalável, seguro e de alta performance. Sua versatilidade e experiência técnica permitem-lhe transformar ideias em produtos digitais inovadores.

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