
London — InkDesign News — Uma nova pesquisa da University College London revela que o famoso Tyrannosaurus rex provavelmente evoluiu na América do Norte, embora seus ancestrais diretos tenham migrado da Ásia há mais de 70 milhões de anos, trazendo luz às origens e evolução dos grandes tiranossauros e megaraptores.
Contexto da descoberta
O debate sobre a origem geográfica do Tyrannosaurus rex tem sido acalorado entre paleontologistas, divididos entre origens asiáticas e norte-americanas. A pesquisa liderada pelo doutorando Cassius Morrison da University College London revisita estas hipóteses, apoiando que os ancestrais de T. rex atravessaram o Estreito de Bering, ligando a Ásia à América do Norte.
A análise mostra que o T. rex evoluiu especificamente em Laramidia, a parte ocidental da América do Norte, sendo amplamente distribuído nessa região. A equipe identificou que, ao contrário de estudos anteriores, o fóssil conhecido como Tyrannosaurus mcraeensis, encontrado no Novo México, não tem datação confiável para representar um ancestral direto anterior ao T. rex.
Métodos e resultados
Os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos avançados que combinam dados fósseis, árvores evolutivas e informações sobre geografia e clima do Cretáceo para reconstruir movimentos e histórias evolutivas. Esses modelos incluem considerações sobre lacunas no registro fóssil, aumentando a precisão na estimativa de dispersão geográfica e temporal dos tiranossauros e seus parentes, os megaraptores.
Os megaraptores, predadores enigmáticos com garras longas e braços desenvolvidos, provavelmente surgiram na Ásia cerca de 120 milhões de anos atrás, espalhando-se para a Europa e regiões do antigo supercontinente Gondwana, incluindo África, América do Sul e Antártica, locais ainda sem registros fósseis confirmados desses dinossauros.
O estudo também destaca que tanto tiranossaurídeos quanto megaraptores cresceram rapidamente em tamanho durante o resfriamento global pós-pico térmico do Cretáceo (92 milhões de anos atrás), possivelmente aproveitando a extinção de grandes carnívoros carcharodontossaurídeos que deixaram um vácuo ecológico.
“O local geográfico de origem do Tyrannosaurus rex é tema de intenso debate… Nosso modelo sugere que os ‘avós’ do Tyrannosaurus rex provavelmente vieram da Ásia para a América do Norte, cruzando o Estreito de Bering.”
(“The geographic origin of Tyrannosaurus rex is the subject of fierce debate… Our modeling suggests the ‘grandparents’ of Tyrannosaurus rex likely came to North America from Asia, crossing the Bering Strait.”)— Cassius Morrison, Doutorando, University College London
Implicações e próximos passos
A pesquisa sugere que tiranossauros, como o T. rex, e os megaraptores podem ter sido fisiologicamente adaptados a climas mais frios, talvez devido à presença de penas ou a um metabolismo mais próximo do sangue quente. Essa adaptação, junto com a extinção dos predadores gigantes anteriores, facilitou seu gigantismo, com T. rex atingindo até nove toneladas, comparável a grandes elefantes africanos.
Além disso, a hipótese de que megaraptores teriam sido predadores predominantes em áreas onde tiranossauros não estavam presentes abre novas linhas de investigação sobre diferentes estratégias predatórias e ecossistemas no Cretáceo.
“Nossas descobertas esclarecem como os maiores tiranossauros surgiram nas Américas durante o Cretáceo e cresceram tanto, provavelmente para ocupar o espaço deixado pela extinção dos carcharodontossaurídeos.”
(“Our findings have shined a light on how the largest tyrannosaurs appeared in North and South America during the Cretaceous and how and why they grew so large by the end of the age of dinosaurs.”)— Charlie Scherer, Pesquisador, University College London
Futuras pesquisas poderão focar em achados fósseis ainda desconhecidos na Ásia, que podem revelar mais sobre os ancestrais diretos do Tyrannosaurus rex, além de explorar melhor a diversidade e distribuição dos megaraptores em regiões até agora carentes de registros fósseis.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)