Estudo revela impacto de meteorito na Escócia há 990 milhões de anos

São Paulo — InkDesign News —
Uma nova pesquisa liderada pela Curtin University revisa a datação de um antigo impacto de meteorito na Escócia, reduzindo sua idade estimada de 1,2 bilhão para 990 milhões de anos. Essa descoberta atualiza dados sobre fósseis não marinhos e oferece insights sobre a colonização terrestre dos primeiros eucariotos.
Contexto da descoberta
O impacto criou a camada rochosa conhecida como Stac Fada Member, que possui evidências importantes para entender o passado remoto da Terra. Originalmente, acreditava-se que o evento tivesse ocorrido há 1,2 bilhão de anos, mas a nova pesquisa reavalia essa data, afetando o entendimento da idade dos mais antigos microfósseis eucariotos terrestres no Reino Unido.
A presença desses eucariotos indica uma fase inicial da colonização da terra firme por ancestrais de plantas, animais e fungos, mostrando uma conexão intrigante entre eventos geológicos e biológicos em um momento-chave da história da vida na Terra.
Métodos e resultados
Os pesquisadores usaram cristais microscópicos de zircão como “cápsulas do tempo” geológicas para determinar a data do impacto. Sob intensa pressão, parte dos zircões se transforma em reidita, um mineral raro que confirma a origem do impacto. O choque do meteorito “reiniciou” parcialmente os relógios atômicos desses cristais, normalmente irregulares para datação, mas a equipe desenvolveu um modelo para reconstruir o momento exato do impacto.
“Usamos minúsculos cristais de zircônio como ‘cápsulas do tempo’ geológicas para datar o impacto em 990 milhões de anos.”
(“We used tiny zircon crystals as geological ‘time capsules’ to date the impact to 990 million years ago.”)— Professor Chris Kirkland, Curtin University
O evento coincide com a emergência dos primeiros eucariotos de água doce, levantando hipóteses sobre como impactos catastróficos podem ter influenciado as condições ambientais e os ecossistemas primitivos.
Implicações e próximos passos
Além de atualizar a cronologia dos fósseis e da colonização da terra, o estudo procura localizar o impacto original, cujo cratera ainda é desconhecido. Entender esses impactos ajuda a compreender melhor a influência de eventos cósmicos na evolução da vida e nas mudanças ambientais antigas.
“Essa nova datação sugere que esses organismos apareceram ao mesmo tempo que o impacto de um meteoro, o que levanta questões sobre o efeito desses eventos na evolução primitiva.”
(“The revised dating suggests these life forms in Scotland appeared at a similar time to a meteorite impact.”)— Professor Chris Kirkland, Curtin University
A pesquisa abre caminho para futuros estudos sobre a interação entre eventos geológicos extremos e a expansão da vida fora dos oceanos, além de contribuir com dados críticos para a geologia e biologia evolucionária.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)