
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores liderados por Dr. Charles-Édouard Boukaré, da Universidade de York, publicaram uma nova pesquisa que oferece uma estrutura teórica para entender a evolução dos planetas de lava, exoplanetas rochosos que orbitam muito perto de suas estrelas.
Contexto da descoberta
Os planetas de lava são mundos do tamanho da Terra a super-Terra que completam sua órbita em menos de um dia terrestre. Devido à proximidade com suas estrelas, a face exposta a elas atinge temperaturas extremas, suficientemente altas para derreter rochas silicatadas. Eles estão expostos a configurações orbitais tão extremas que desafiam o conhecimento atual sobre planetas rochosos em nosso Sistema Solar.
Métodos e resultados
Utilizando simulações numéricas inovadoras, os pesquisadores identificaram dois estados evolutivos extremos dos planetas de lava:
- (i) Interior totalmente fundido: Provavelmente em planetas jovens, onde a atmosfera reflete a composição do planeta e o transporte de calor mantém a superfície da noite aquecida e dinâmica.
- (ii) Interior principalmente sólido: Possivelmente em planetas mais velhos, onde apenas um oceano de lava raso permanece na face iluminada, resultando em uma atmosfera empobrecida de elementos como sódio, potássio e ferro.
“Esperamos poder observar e distinguir planetas de lava antigos de novos com o Telescópio Espacial James Webb”
(“We really hope we can observe and distinguish old lava planets from young lava planets with the NASA/ESA/CSA James Webb Space Telescope.”)— Dr. Charles-Édouard Boukaré, Pesquisador, Universidade de York
Implicações e próximos passos
A pesquisa destaca que os elementos, como magnésio e ferro, se distribuem de maneira diferente entre as fases vapor, líquido e sólido quando as rochas se derretem ou vaporizam. Essa dinâmica pode ajudar a entender processos químicos em larga escala que ocorrem ao longo de bilhões de anos. A pesquisa foi publicada na revista Nature Astronomy e representa um passo importante no avanço do conhecimento sobre a evolução de planetas fora do nosso Sistema Solar.
Dr. Boukaré aponta que os métodos tradicionais podem não se aplicar diretamente aos planetas de lava, e essa nova estrutura teórica ajudará a interpretar observações futuras.
O impacto prático dessa pesquisa poderá fornecer novas linhas de investigação sobre a formação e evolução de planetas rochosos, não apenas no contexto dos planetas de lava, mas em toda a categoria de exoplanetas.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)