
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa realizada por paleontologistas revela dados intrigantes sobre a evolução dos pterosauros e lagerpetídeos durante o período Triássico, mostrando como as mudanças climáticas impactaram a diversidade desses grupos.
Contexto da descoberta
Os pterosauros foram os primeiros vertebrados a evoluir o voo ativo, surgindo mais de 60 milhões de anos antes das aves mais antigas. Entretanto, a compreensão sobre a evolução inicial dos pterosauros encontra desafios devido a lacunas temporais e anatômicas significativas entre esses répteis voadores altamente modificados e seus parentes terrestres mais próximos.
Métodos e resultados
No estudo, os pesquisadores analisaram a distribuição de fósseis de dois grupos intimamente relacionados, pterosauros e lagerpetídeos. Os lagerpetídeos, que viveram aproximadamente entre 240 e 201 milhões de anos atrás, eram répteis ativos, tanto terrestres quanto arborícolas. O estudo sugere que esses pequenos répteis terrestres puderam suportar uma faixa mais ampla de condições climáticas do que os pterosauros. Muitas dessas evidências foram encontradas em regiões atualmente localizadas na Itália, Áustria e sudoeste dos Estados Unidos, que, na época, estavam perto do equador.
“Os lagerpetídeos prosperaram como generalistas, enquanto os pterossauros, inicialmente restritos a nichos húmidos-tropicais e com desempenho de voo limitado, ocupavam as copas de árvores equatoriais.”
(“Lagerpetids thrived as generalists, while pterosaurs, initially confined to humid-tropical niches and perhaps limited flight performance, occupied equatorial treetops.”)— Dr. Alessandro Chiarenza, Paleontólogo, University College London
Durante o final do Triássico, as condições climáticas mudaram globalmente, o que proporcionou uma oportunidade para os pterosauros. Eles conseguiram se espalhar rapidamente, atingindo áreas de alta latitude, como a Groenlândia e a América do Sul.
Implicações e próximos passos
Esse estudo lança nova luz sobre como as mudanças climáticas e ambientais influenciaram a evolução inicial dos pterosauros. Dr. Davide Foffa, da Universidade de Birmingham, destaca a complexidade da evolução desses répteis: “Entretanto, a origem dos pterossauros ainda está envolta em mistério.”
As novas técnicas de modelagem estão permitindo que os paleontólogos compreendam melhor como as variações climáticas impactaram a biodiversidade de grupos fósseis como os pterossauros. O impacto das mudanças climáticas na evolução pode ser um foco importante para futuras pesquisas.
As descobertas sobre a evolução dos pterosauros não apenas ampliam nosso entendimento sobre esses organismos fascinantes, mas também fornecem um modelo para estudar como mudanças ambientais influenciam a biodiversidade ao longo do tempo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)