
Miami — InkDesign News — Dois furacões no Atlântico, Humberto e a tempestade tropical Imelda, têm potencial para realizar o raro “efeito Fujiwhara” nesta semana, um fenômeno em que ciclones giram em torno um do outro. A previsão, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), é de que essa dança possa desviar, e até mesmo amenizar, os impactos de chuvas catastróficas esperadas para a Costa Leste dos Estados Unidos.
O Contexto da Pesquisa
O Atlântico Norte torna-se palco nesta semana de um raro evento meteorológico observado em poucos casos desde o início dos registros modernos. A tempestade tropical Imelda, já com ventos máximos sustentados de 85 km/h, move-se rumo ao noroeste das Bahamas, enquanto Humberto, atualmente categoria 4 após atingir o ápice na categoria 5, segue próximo. A expectativa dos meteorologistas é que a interação entre as tempestades reduza o risco de chuvas intensas na Costa Leste norte-americana, fenômeno já documentado mas difícil de prever. O NHC alerta para correntes marítimas perigosas e chuvas fortes do sul da Flórida à Virgínia.
Resultados e Metodologia
De acordo com o NHC, Imelda deve intensificar-se a furacão nesta terça-feira (30/09), mas sua trajetória será fortemente influenciada por Humberto, o sistema maior e mais intenso. Ao se aproximarem em até 1.100 quilômetros, ocorre a possibilidade do chamado efeito Fujiwhara, no qual tempestades giram ao redor uma da outra, com a mais fraca frequentemente sendo absorvida. Segundo Alex DaSilva, especialista-chefe em furacões da AccuWeather:
A rara interação Fujiwhara entre Humberto e Imelda deve ajudar a poupar o sudeste dos EUA de chuvas amplas e devastadoras.
(“The rare Fujiwhara Effect between Humberto and Imelda is expected to help spare the southeast U.S. from widespread flooding rainfall.”)— Alex DaSilva, Especialista-Chefe em Furacões, AccuWeather
Os meteorologistas alertam, porém, que o evento carrega risco significativo de correntes de retorno, enchentes localizadas no noroeste das Bahamas e Cuba Oriental, além de possível deslizamento de terra em território cubano. A escala Saffir-Simpson classifica os furacões conforme a intensidade dos ventos, e Humberto atingiu ventos de até 260 km/h no último sábado, tornando-o comparável ao histórico furacão Erin.
Implicações e Próximos Passos
A observação do efeito Fujiwhara pode evitar danos diretos e inundações de grande escala na Costa Leste caso Imelda seja puxada para longe do continente. Ao comentar cenários possíveis, a meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA reforça:
Quando duas tempestades tropicais entram em interação, o mais comum é que uma absorva a outra.
(“When two tropical storms meet during a Fujiwhara event, they don’t simply bash into each other. The most likely Fujiwhara scenario is for one storm to get absorbed by the other.”)— Meteorologista, Serviço Nacional de Meteorologia
Porém, casos ainda mais raros já resultaram na fusão e potencial fortalecimento de sistemas, embora neste episódio os especialistas prevejam que o desfecho será a dissipação de Imelda.
A continuidade do monitoramento é vital para prever a evolução do fenômeno e planejar medidas caras aos sistemas de proteção civil. A análise detalhada desses eventos pode renovar protocolos de resposta, além de estimular avanços em modelagem atmosférica e previsão de impactos climáticos extremos no Atlântico Norte.
Fonte: (Live Science – Ciência)