
Nahant, Massachusetts — InkDesign News — Uma nova descoberta científica acaba de se juntar ao seleto grupo de animais marinhos raros: uma lagosta calico, batizada de Jackie, foi capturada na costa de Massachusetts por um pescador local e agora reside no Centro de Ciências Marinhas da Universidade Northeastern. O achado, anunciado em outubro de 2025, tem como objetivo avançar estudos sobre genética e conservação de crustáceos diante das mudanças ambientais globais.
O Contexto da Pesquisa
A aparição de Jackie destaca um fenômeno pouco observado: lagostas de coloração incomum, conhecidas como calico, com tons vibrantes de laranja e preto. Segundo Sierra Munoz, coordenadora de divulgação do Centro de Ciências Marinhas, a chance de encontrar um exemplar como Jackie é de uma em 20 milhões, tornando-a mais rara que a famosa lagosta azul, cuja incidência é de uma em 2 milhões. Esses animais de coloração excepcional atraem o interesse científico tanto pela genética quanto pelos riscos ambientais que enfrentam, como explica Munoz ao receber o exemplar para o programa de educação científica:
“Um dia ele me enviou uma mensagem com uma foto dessa linda calico e perguntou se tínhamos espaço em nossos tanques para outra lagosta rara e bonita. Eu disse: ‘Claro que sim.’ É uma doação atenciosa — e divertida — para nosso programa de educação científica.”
(“One day he sent me a message with a picture of this beautiful calico and asked if we had room in our tanks for another beautiful, rare lobster. I said, ‘Of course we do.’ It’s such a thoughtful—and fun—donation to our science education program.”)— Sierra Munoz, Coordenadora de Divulgação, Centro de Ciências Marinhas da Universidade Northeastern
Resultados e Metodologia
Jackie exibe uma rara coloração que mistura laranja vibrante, detalhes pretos, amarelos e pontos azulados nas juntas das patas, resultado de uma interação entre compostos químicos como astaxantina e a proteína crustacianina. A astaxantina, conhecida por dar coloração rosa ao camarão e avermelhada à maioria das lagostas, em Jackie se combina com outros pigmentos, resultando no padrão “marmorizado” que fascina cientistas e leigos. Segundo Munoz:
“Normalmente, as lagostas são avermelhadas, acastanhadas ou um pouco esverdeadas. Na calico, a astaxantina se associa a outros pigmentos e proteínas de uma forma única que lhe confere esse visual manchado e raro.”
(“Normally, the lobsters that we see are reddish, brownish, or a little bit greenish. In the calico lobster, the astaxanthin combines with other pigments and proteins in a really unique way that gives her this really rare kind of mottled or freckled look.”)— Sierra Munoz, Centro de Ciências Marinhas da Universidade Northeastern
A lagosta calico agora serve como ferramenta educativa, integrando programas para escolares e público geral. Estudos estão em andamento para compreender melhor a genética dessa coloração rara e sua transmissão a futuras gerações de lagostas.
Implicações e Próximos Passos
A presença de Jackie no centro universitário reforça a importância de proteger espécies raras da influência das mudanças climáticas e da sobrepesca. Pesquisadores pretendem analisar as implicações genéticas de sua coloração, enquanto educadores utilizam casos como este para ilustrar a biodiversidade marinha e incentivar questionamentos entre jovens estudantes.
A dúvida sobre como seriam os filhotes de Jackie permanece, já que a transmissibilidade do padrão calico ainda não é totalmente compreendida. A raridade sugere que a coloração incomum pode representar uma desvantagem evolutiva diante de predadores.
Os animais residentes no centro, incluindo Jackie e a lagosta azul Neptune, permanecem em tanques separados, pois as lagostas são altamente territoriais. Com uma expectativa de vida que pode chegar a cem anos em cativeiro saudável, exemplares como Jackie oferecem oportunidades de estudo de longo prazo.
A continuidade dessa linha de pesquisa depende do monitoramento dos impactos ambientais e do apoio contínuo a programas educacionais que contextualizem os desafios tanto para a preservação dos crustáceos quanto para o entendimento do papel da genética na biodiversidade.
Fonte: (Popular Science – Ciência)