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Brasília — InkDesign News — Um novo estudo detalha como a anatomia ocular dos cavalos, marcada pela localização lateral dos olhos, oferece vantagens evolutivas para sua sobrevivência como animais de presa. Publicado por pesquisadores da Universidade da Califórnia Davis, o estudo esclarece diferenças cruciais entre a visão dos equinos e a dos humanos, fornecendo pistas valiosas para criadores e veterinários.
O Contexto da Pesquisa
Os cavalos, historicamente caçados por predadores em habitats selvagens, desenvolveram mecanismos visuais especializados. Pesquisas anteriores já sugeriam que a posição dos olhos nos mamíferos indica seu papel na cadeia alimentar. Enquanto predadores apresentam olhos frontais para focar em presas, animais de presa, como cavalos, evoluíram com olhos nas laterais, maximizando seu campo visual para detectar ameaças em potencial muito antes de serem surpreendidos.
Resultados e Metodologia
A pesquisa da Universidade da Califórnia Davis concluiu que os cavalos possuem visão monocular e binocular. Segundo os dados, cada olho do cavalo cobre um arco de 200 a 210 graus em visão monocular, totalizando quase 350 graus de campo visual ao redor do corpo. Em comparação, humanos conseguem enxergar apenas 180 graus sem mover a cabeça. Quando alertas, os cavalos podem reduzir sua visão a um campo binocular de 55 a 80 graus para analisar detalhes à frente.
O estudo também analisou áreas cegas: há pontos mortos diretamente à frente e atrás dos equinos. Apesar do amplo campo de visão, a clareza visual dos cavalos é limitada a cerca de 200 metros de distância. Além disso, a retina dos cavalos é rica em bastonetes e equipada com tapetum lucidum — estrutura responsável por refletir a luz e potencializar a visão noturna, atributo ausente nos humanos.
“O maior ponto importante a saber é que os cavalos têm um ponto cego de aproximadamente um metro na frente e diretamente atrás deles.”
(“The biggest thing to know is that horses have a blind spot about four feet in front of them and directly behind them.”)— Beau Whitaker, Veterinário Equino, Brazos Valley Equine Hospitals
Outro dado importante refere-se ao processamento visual separado em cada olho: ao encontrar um objeto pelo lado esquerdo, o cavalo pode reagir como se estivesse vendo-o pela primeira vez, mesmo que já tenha visto com o olho direito.
“A forma como os olhos do cavalo se conectam ao cérebro significa que eles não necessariamente aprendem de maneira holística.”
(“The way horses’ eyes connect with the brain means they’re not necessarily learning holistically.”)— Beau Whitaker, Veterinário Equino, Brazos Valley Equine Hospitals
Implicações e Próximos Passos
Os resultados explicam e reforçam orientações de segurança para o manejo de cavalos, incluindo a recomendação de sempre se aproximar pelo lado, próximo ao ombro e alertando o animal verbalmente. Falhas em compreender os pontos cegos dos equinos podem acionar respostas de luta ou fuga.
O entendimento dessas nuances visuais influencia práticas de treinamento e proporciona maiores índices de bem-estar animal, permitindo intervenções menos estressantes. No futuro, estudos complementares podem aprimorar técnicas de adestramento e prevenção de acidentes envolvendo humanos e equinos.
As novas evidências sobre a visão dos cavalos realçam a importância de abordagens informadas e empáticas em ambientes domésticos e veterinários. O aprofundamento dessa compreensão deve guiar políticas, treinamentos e pesquisas futuras, levando a relações mais seguras e produtivas com esses animais.
Fonte: (Popular Science – Ciência)
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