Estudo confirma preservação parcial de hemoglobina em dinossauros

São Paulo — InkDesign News — Cientistas da Universidade Estadual da Carolina do Norte confirmaram a preservação de vestígios de hemoglobina em ossos de dinossauros, uma descoberta que pode mudar a forma como entendemos a fossilização e a preservação de tecidos orgânicos ao longo do tempo.
Contexto da descoberta
Estudos anteriores já haviam identificado tecidos moles preservados em fósseis de dinossauros, mas a pesquisa recente sobre Brachylophosaurus canadensis e Tyrannosaurus rex trouxe novos insights. A equipe, liderada pelo professor Hans Hallen, utilizou a técnica de espectroscopia Raman de ressonância para detectar hemoglobina ainda presente em restos fossilizados.
Métodos e resultados
A espectroscopia Raman analisa a interação entre luz e matéria para determinar a composição química de uma amostra. O uso da variante chamada RR aprimora essa técnica, utilizando luz sintonizada para ressoar especificamente com a molécula de interesse. Nesse estudo, os pesquisadores investigaram amostras de dinossauros, além de ossos de avestruz e sangue humano, buscando estabelecer a presença de hemoglobina.
“O aumento do sinal mostra que a hemoglobina está presente e alterações nesse sinal permitem observar a degradação da hemoglobina, indicando a formação de goethita, um mineral relacionado à oxidação do ferro.”
(“The signal increase shows that hemoglobin is present, but changes in the signal also allow us to see that as the hemoglobin degrades, goethite may form on the iron within hemoglobin.”)— Hans Hallen, Professor, Universidade Estadual da Carolina do Norte
Os resultados foram corroborados com dados que excluem contaminação, assegurando a autenticidade das moléculas identificadas. A pesquisa concluiu que partes da hemoglobina podem persistir por milhões de anos.
Implicações e próximos passos
Além de confirmar a presença de hemoglobina, a pesquisa levanta novas questões sobre o processo de fossilização. O estudo sugere que a goethita pode atuar na estabilização de fragmentos de proteínas, algo não compreendido anteriormente. O papel da hemoglobina na preservação de tecidos orgânicos pode revelar muito sobre a forma como esses materiais sobrevivem ao longo do tempo.
“Entender por que a hemoglobina se preserva, e o papel que o heme desempenha nesse processo, é fundamental para compreendermos como moléculas antigas resistem ao passar dos milênios.”
(“Understanding why hemoglobin preserves, and the role that heme plays in the process, is really important if we want to know how these ancient molecules survive through time.”)— Mary Schweitzer, Professora, Universidade Estadual da Carolina do Norte
Essa pesquisa traça um novo caminho para futuras investigações sobre a biologia dos dinossauros e a química dos tecidos ao longo de eras geológicas.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)