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Ciência & Exploração

Estudo alerta que canal do Panamá enfrenta risco hídrico

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Boston — InkDesign News — Uma pesquisa publicada em 17 de setembro na revista Geophysical Research Letters alerta que o Canal do Panamá, rota crucial para o comércio marítimo global, pode sofrer reduções significativas na disponibilidade de água devido à diminuição das chuvas e ao aumento da evaporação associados às mudanças climáticas. O estudo, realizado por cientistas da Northeastern University, utiliza modelos climáticos para projetar o cenário nos próximos 75 anos caso as emissões de gases do efeito estufa não sejam controladas.

O Contexto da Pesquisa

O funcionamento do Canal do Panamá depende do Lago Gatún, reservatório responsável por fornecer toda a água doce necessária para operar as comportas que movem os navios entre o Pacífico e o Atlântico. Historicamente, secas graves, como a de 2016 e a verificada entre o final de 2023 e início de 2024, provocaram restrições à navegação e afetaram cadeias globais de suprimentos. Além de abastecer a via navegável, o Lago Gatún também fornece água potável para cerca de 55% da população do país, tornando sua estabilidade fundamental para o Panamá.

Resultados e Metodologia

Para o estudo, a equipe analisou dados históricos de precipitação e nível do lago entre 1965 e 2023 e projetou diferentes cenários de emissões para o restante do século XXI. Eles identificaram que, em cenários de altas emissões de carbono, o risco de o Lago Gatún atingir níveis críticos como os de 2016 dobra até o final do século, passando de uma probabilidade de 2,5% para 5% ao ano. A causa principal seria a redução no volume de chuvas durante a estação úmida, intensificada pelo aquecimento do oceano Pacífico.

“Quanto maior o aquecimento global e o caminho de emissões que seguimos, menor será a quantidade de chuva que o Panamá receberá, especialmente na estação chuvosa. E quanto mais aquecimento tivermos na atmosfera, mais aumento na evaporação do Lago Gatún.”
(“The more warming we have, globally, the higher [emissions] pathway we go, the less rainfall Panama receives, particularly in that wet season. And then, also, the more warming we have in the atmosphere, the more water loss we have from Gatún Lake through evaporation.”)

— Samuel Muñoz, Professor Associado, Northeastern University

Uma travessia completa das seis comportas consome em média 190 milhões de litros de água, quantidade duas vezes e meia superior ao consumo diário da cidade de Nova York, segundo dados da Autoridade do Canal do Panamá (ACP).

O modelo, embora inovador, reconhece limitações: não incorpora eventuais mudanças administrativas na gestão do reservatório ou variações futuras do fenômeno El Niño, que pode impactar significativamente o regime de chuvas.

“Seria muito, muito difícil extrair qualquer coisa e dizer que este é um sinal das mudanças climáticas.”
(“It would be very, very difficult to pull out anything and say this is a climate change signal.”)

— Steve Paton, Diretor de Monitoramento Físico, Smithsonian Tropical Research Institute

Implicações e Próximos Passos

A diminuição dos níveis de água no Lago Gatún representa uma ameaça direta ao comércio internacional e ao abastecimento da Cidade do Panamá, exigindo respostas de adaptação e mitigação. Já há iniciativas em andamento: a ACP prevê construir um terceiro lago artificial, próximo ao Rio Indio, investimento estimado em US$ 1,5 bilhão com conclusão prevista em 10 anos. Esta obra ampliará o reservatório e garantirá maior segurança hídrica.

O estudo ressalta ainda que as decisões de manejo dos recursos hídricos são igualmente determinantes para o futuro do Canal, e que o monitoramento contínuo e o desenvolvimento de soluções técnicas inovadoras serão necessários diante do cenário climático em transformação.

À medida que secas extremas se tornam mais frequentes, medidas de preservação, estruturas de armazenamento ampliadas e esforços globais de redução das emissões tornam-se fundamentais para assegurar a operação sustentável do canal. O futuro da principal rota marítima do continente americano dependerá tanto do avanço científico como do compromisso internacional com o clima.

Fonte: (Live Science – Ciência)

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Tiago F Santiago

Tiago F. Santiago é Analista de Marketing na C2HSolutions, onde, em sua atuação fixa, combina estratégia e tecnologia para impulsionar soluções digitais. Paralelamente, dedica-se como hobby à InkDesign News, contribuindo com a criação de notícias e conteúdos jornalísticos. Apaixonado por programação, ele projeta aplicações web e desenvolve sites sob medida, apoiando-se em sua sólida expertise em infraestrutura de nuvem — dominando Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud — para garantir que cada projeto seja escalável, seguro e de alta performance. Sua versatilidade e experiência técnica permitem-lhe transformar ideias em produtos digitais inovadores.

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