
Minas Gerais — InkDesign News — Estudantes da Escola Estadual Presidente Dutra, localizada em Belo Horizonte, mobilizaram-se contra a adesão ao modelo cívico-militar, questionando a formação educacional e a influência de figuras de autoridade no ambiente escolar.
Contexto educacional
O modelo cívico-militar foi introduzido no Brasil como uma alternativa de gestão educacional, com o objetivo de promover segurança e disciplina nas escolas públicas. Desde sua implementação em 2020, Minas Gerais tem visto uma crescente adesão, com nove instituições já operando conforme esses princípios. Indicadores de abandono escolar mostraram uma diminuição de 4,92% em 2022 para 2,96% em 2023 nas escolas que aderiram a esse modelo.
Políticas e iniciativas
A proposta do governo estadual inclui a participação do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Militar no ambiente escolar. O governador Romeu Zema descreve essa iniciativa como “uma proposta inovadora de gestão colaborativa para o fortalecimento da educação pública estadual”. A metodologia busca abordar aspectos comportamentais e morais, promovendo uma cultura de paz e um ambiente “mais seguro” nas escolas. No entanto, a Secretaria de Educação também enfrenta críticas sobre a falta de formação pedagógica adequada dos militares que atuam nessas instituições.
Desafios e perspectivas
Diversos especialistas têm se posicionado contrariamente ao modelo cívico-militar, como evidenciado pelo Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais (FEPEMG). Um relatório recente destaca que “a militarização não dá conta da complexidade de inúmeros desafios”, como a falta de políticas sociais adequadas. Além disso, não há evidências científicas que suportem a eficiência desse modelo na redução de violência ou na melhoria do aprendizado. A interrupção recente do processo de escuta da comunidade escolar pelo governador, devido à baixa participação, também levanta questões sobre a eficácia e aceitação do modelo.
“Quem educa são professores ou generais?”
(“Quem educa são professores ou generais?”)— Estudantes da Escola Estadual Presidente Dutra
O futuro da educação em Minas Gerais ainda se encontra em um dilema delicado. Enquanto o governo busca inovar, a resistência da comunidade escolar indica uma necessidade urgente de diálogo e reforma que respeite a autonomia dos educadores e as especificidades do contexto local.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)