
São Paulo — InkDesign News — Dois satélites da missão Proba-3 da Agência Espacial Europeia (ESA) demonstraram um voo em formação ultra-preciso, alcançando um marco histórico em órbita, com implicações significativas para futuras missões científicas e espaciais.
Detalhes da missão
Os satélites, denominados Ocultador e Coronógrafo, foram lançados em dezembro de 2022 por um foguete indiano PSLV, estabelecendo uma órbita altamente elíptica. Eles operam a uma distância de 150 metros um do outro, com precisão milimétrica, sendo capaz de se aproximar de 600 km e alcançar até 60.530 km de distância da Terra. Essa configuração permite que mantenham seu posicionamento relativo com baixo consumo de propulsão, especialmente ao se afastarem da influência gravitacional da Terra.
Tecnologia e objetivos
Os satélites utilizam um conjunto de sensores, incluindo um laser chamado Sensor Lateral e Longitudinal Fino (FLLS), sensores de posição de sombra e sistemas baseados em câmeras. Essa tecnologia, aliada a software avançado e pequenos propulsores de gás frio, possibilitou a manutenção autônoma de sua posição relativa. “Estamos falando de precisão milimétrica em alcance, e sub-milimétrica na posição lateral,” disse Damien Galano, gerente do projeto Proba-3.
“Estamos falando de precisão milimétrica em alcance, e sub-milimétrica na posição lateral.
(“We are talking about millimetric accuracy in range, and sub-millimetric in the lateral position.”)— Damien Galano, Gerente do Projeto, ESA
O objetivo científico primário da missão é utilizar o Ocultador para bloquear a luz solar e criar um eclipse solar total, permitindo que o Coronógrafo estude o sol em um estado único, raramente observado da Terra. Os pesquisadores pretendem investigar a coroa solar, a aceleração do vento solar e como a matéria solar é ejetada durante erupções de massa coronal.
Próximos passos
Os próximos passos envolvem a calibração dos instrumentos dos satélites e o alinhamento para a reprodução de eclipses solares totais. Demonstrações anteriores de voo em formação têm potencial para influenciar não apenas a pesquisa solar, mas também aplicações futuras em observação da Terra, acoplamento de espaçonaves e detecção de ondas gravitacionais. Galano expressou entusiasmo pelo avanço: “Mal podemos esperar para ver a conclusão da calibração do instrumento e a primeira imagem processada da coroa solar.”
“Mal podemos esperar para ver a conclusão da calibração do instrumento e a primeira imagem processada da coroa solar.
(“We can’t wait to see the completion of the instrument calibration and the first processed image of the sun’s corona.”)— Damien Galano, Gerente do Projeto, ESA
Esse avanço em técnicas de voo em formação promete ampliar nossa compreensão sobre o espaço, possibilitando novas investigações sobre fenômenos solares e potencializando futuras missões de exploração. Tal inovação marca uma etapa significativa na evolução das tecnologias espaciais.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)