Equipe de Trump investiga secretários de SP e RJ sobre crime organizado no governo

Brasília — InkDesign News — Uma delegação do governo de Donald Trump permanece no Brasil até o final desta semana para encontros com secretários de Segurança dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com o objetivo de compreender a atuação do crime organizado no país, foco principal sendo o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho).
Contexto político
Desde o início do ano, a articulação entre representantes do governo Trump e autoridades brasileiras ganhou intensidade, motivada pelo interesse dos norte-americanos em políticas de combate ao crime organizado no Brasil. A iniciativa acompanha um movimento, impulsionado pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que sugeriu a Brasília que os Estados Unidos considerações as facções criminosas brasileiras como organizações terroristas, a exemplo da facção venezuelana Tren do Aragua. Tal proposta visa ampliar ferramentas legais para sanções econômicas e diplomáticas contra responsáveis e omissos em políticas de segurança pública.
Reações e debates
Em declaração concedida à CNN, Eduardo Bolsonaro destacou a recepção positiva da sugestão em reuniões na Casa Branca:
Sugeri em reunião na Casa Branca medidas como essa, no combate ao crime organizado. Uma sugestão do Flávio [Bolsonaro] por sinal. A sugestão foi muito bem recebida por membros da Casa Branca
— Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado
A delegação, liderada pelo coordenador para Sanções do governo Trump, David Gamble, cumprirá agenda em Brasília nesta segunda-feira (5), visitando Itamaraty, Ministério da Justiça, parlamentares de direita, além do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na sequência, os representantes americanos seguirão para São Paulo e Rio de Janeiro, onde terão reuniões específicas com secretários estaduais de Segurança Pública.
Desdobramentos e desafios
A classificação das facções criminosas brasileiras como terroristas poderia permitir aos EUA a aplicação de sanções multilaterais, pressionando governos estaduais e o Executivo federal para intensificar ações repressivas. Esta estratégia, entretanto, enfrenta desafios políticos internos, incluindo a resistência de setores políticos e jurídicos em reconhecer as organizações como entidades terroristas, além do impacto social nas regiões mais afetadas pelas facções. A eventual implementação dessa medida demanda articulação diplomática e política robusta para garantir cooperação bilateral efetiva e mitigação de efeitos colaterais.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos enviará uma delegação a Brasília, chefiada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções. Ele participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas
— Nota oficial da Embaixada dos Estados Unidos
Os próximos passos deverão envolver a avaliação conjunta dos mecanismos jurídicos e diplomáticos adequados para aplicação das sanções e a colaboração contínua no intercâmbio de informações estratégicas de segurança pública entre Brasil e Estados Unidos.
Fonte: (CNN Brasil – Política)