
Brasília — InkDesign News —
A Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas (Autistas Brasil) manifestou preocupação após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que associou o uso de analgésicos e antitérmicos à base de paracetamol durante a gravidez ao aumento de casos de autismo, sem apresentar evidências científicas. A resposta da Associação enfatiza a ausência de estudos robustos que sustentem essa afirmação.
Contexto e objetivos
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, além de comportamentos repetitivos. A declaração de Trump ocorre em um contexto em que a população autista já enfrenta estigmas e desafios, e o objetivo da Autistas Brasil é esclarecer a situação e promover a informação baseada em evidências sobre a condição.
Metodologia e resultados
Conforme o vice-presidente da Autistas Brasil, Arthur Ataide Ferreira Garcia, sua mensagem se baseia em revisões de literatura e análise de dados disponíveis. “Até o momento, não há ensaios clínicos randomizados, metanálises robustas ou grandes estudos populacionais que apontem uma relação real entre o uso do medicamento e casos de autismo”, destaca Garcia.
Currently, there are no randomized clinical trials, robust meta-analyses, or large population studies that point to a real relationship
(“até o momento, não há ensaios clínicos randomizados, metanálises robustas ou grandes estudos populacionais que apontem uma relação real”)— Arthur Ataide Ferreira Garcia, Vice-presidente, Autistas Brasil
Implicações para a saúde pública
A afirmação de Trump foi contestada não apenas pela Autistas Brasil, mas também pela Organização Mundial da Saúde e pela União Europeia. Essa discussão amplia a necessidade de informações precisas sobre o autismo e pode influenciar políticas públicas. O Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista são exemplos de tentativas de garantir direitos para esse grupo vulnerável.
Trump’s statement is a deliberate strategy to transform our condition into something to be combated, a crusade against a supposedly more normal world
(“é uma estratégia deliberada de transformar nossa condição [de autista] em um mal a ser combatido, uma cruzada capacitista em nome de um mundo supostamente mais normal.”)— Arthur Ataide Ferreira Garcia, Vice-presidente, Autistas Brasil
Ao abordar a situação, é essencial que as autoridades e a sociedade civil trabalhem juntas para promover uma compreensão mais ampla do autismo, evitando a desinformação. Iniciativas que educam e promovem a inclusão são fundamentais para enfrentar o estigma.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)