
São Paulo — InkDesign News —
Pesquisas recentes em machine learning têm gerado um intenso debate sobre a ética e a legalidade das tecnologias de inteligência artificial (AI), especialmente em relação à proteção de propriedade intelectual. Um dos casos mais notáveis envolve as gigantes do entretenimento Disney e Universal, que processaram a empresa de AI Midjourney por supostas violações de direitos autorais.
Contexto da pesquisa
A disputa legal destaca preocupações sobre a utilização não autorizada de obras criativas por sistemas de machine learning. Disney e Universal alegam que a Midjourney utilizou suas bibliotecas para treinar seu serviço, resultando em “cópias innúmeras” de personagens icônicos, como Darth Vader e Elsa. O processo foi aberto em um tribunal federal em Los Angeles, marcando um marco nas relações entre estúdios de cinema e empresas de aplicações de AI.
Método proposto
A Midjourney utiliza uma abordagem baseada em redes neurais generativas (GANs) para criar imagens, permitindo a geração de conteúdos visuais a partir de dados de treinamento. A empresa obteve cerca de US$ 300 milhões em receitas no ano passado, demonstrando a eficácia de sua técnica na atração de assinantes. No entanto, as alegações de Disney e Universal indicam que este modelo pode ser baseado na apropriação de conteúdo protegido.
Resultados e impacto
Com o julgamento ainda por vir, a maioria das imagens apresentadas como evidência no processo incluem não apenas personagens populares da Disney e Universal, mas também de outras propriedades intelectuais. “Ao apropriar-se das obras protegidas dos Autores, e, em seguida, distribuir imagens que incorporam os famosos personagens da Disney e Universal — sem investir um centavo em sua criação — a Midjourney é a quintessência do ‘free-rider’ de direitos autorais e um poço sem fundo de plágio”, afirma a acusação.
“A Midjourney ignorou nossas preocupações.”
(“Midjourney ‘ignored’ their concerns.”)— Representante, Disney/Universal
Se a decisão judicial for favorável aos estúdios, pode haver um impacto significativo nos modelos de negócios de empresas de AI, forçando-as a adotar medidas mais rigorosas quanto à proteção de direitos autorais. Esse caso pode servir como precendente para futuras discussões sobre o uso de machine learning em indústrias criativas.
Com o aumento das legislações sobre direitos autorais, a necessidade de um equilíbrio entre inovação e proteção de propriedade intelectual se torna cada vez mais evidente, alertando para a responsabilidade das empresas de tecnologia em suas práticas de treinamento de modelos.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)