
São Paulo — InkDesign News — O recente ajuste nas políticas de coleta de dados da Google, ao permitir a utilização de impressões digitais digitais, suscita preocupações sobre ataque à privacidade, potencial roubo de identidade e discriminação, alertam especialistas em segurança cibernética.
Vetor de ataque
As impressões digitais digitais, que são identificadores únicos coletados dos dispositivos dos usuários, podem ser exploradas como um vetor de ataque. Embora o Google afirme que as mudanças visam aprimorar a experiência de publicidade (“to reflect innovations in the ads ecosystem”), o fato é que isso pode facilitar o acesso indevido a dados por cibercriminosos e corretores de dados.
Impacto e resposta
De acordo com Debbie Reynolds, renomada especialista em privacidade, a coleta de dados permitiria ao Google obter uma visão detalhada sobre como os usuários interagem com seus dispositivos, sem que estes consigam limitar tal acesso. “Fingerprinting é realmente coletar quase o máximo de informações possíveis de um dispositivo”, afirma.
“Fingerprinting é realmente coletar quase o máximo de informações possíveis de um dispositivo
(“Fingerprinting is really gathering almost as much information as possible from a person’s device”)— Debbie Reynolds, CEO, Debbie Reynolds Consulting
As leis atuais sobre privacidade, como o GDPR da União Europeia, não oferecem uma opção prática de “opt-out” para a coleta de impressões digitais, o que levanta questões sobre o que acontecerá com dispositivos utilizados por menores de idade.
Análise e recomendações
Especialistas alertam que a ampliação do uso de impressões digitais digitais pode levar a uma discriminação sutil em anúncios. Com essa mudança, as empresas de publicidade podem segmentar usuários de forma a não fornecer informações a todos os grupos, infringindo assim as leis contra discriminação.
Nikolas Guggenberger, professor assistente de direito, observa que isso pode ter um efeito semelhante a discriminações diretas em setores como o imobiliário. “Isso tem exatamente o mesmo efeito que discriminar no ponto de locação”, diz ele.
Em um cenário onde a privacidade está em constante debate, torna-se imperativo que as empresas adotem práticas transparentes e os usuários selecionem navegadores com proteções de privacidade integradas.
Com as regulamentações sobre privacidade ainda em desenvolvimento, recomenda-se que usuários e empresas mantenham vigilância e estejam atentos às atualizações das políticas de privacidade. Nota-se que a escolha do navegador pode impactar direto na segurança e privacidade dos dados pessoais.
Fonte: (Dark Reading – Segurança Cibernética)