Digital Equity Act gera críticas de Trump sobre impacto na cultura tech

São Paulo — InkDesign News — A atual controvérsia envolvendo o Digital Equity Act (DEA), programa criado durante a administração Biden para combater a exclusão digital nos Estados Unidos, reacende debates sobre justiça social, acesso tecnológico e investimentos públicos no setor tech. A proposta, que visa promover inclusão através de treinos digitais, infraestrutura e acesso ampliado à internet, enfrenta críticas ferozes do ex-presidente Donald Trump, que a classificou como “racista” e “inconstitucional”.
Contexto e lançamento
O Digital Equity Act (DEA), aprovado em 2021 como parte do Infrastructure Investment and Jobs Act de Joe Biden, canaliza US$ 2,75 bilhões em três programas de subvenção federal federais, administrados pela National Telecommunications and Information Administration (NTIA). O intuito é garantir que todos os cidadãos possuam as habilidades e o acesso necessários para usufruir de maneira plena da economia digital moderna.
O programa direciona investimentos para capacitação tecnológica profissional, acesso à internet de alta velocidade em áreas rurais e tribais, e adaptações em acessibilidade para pessoas com deficiência. Estados como Indiana, Alabama, Arkansas, Iowa e Kansas já receberam fundos para iniciativas locais em regiões rurais, com US$ 60 milhões destinados para estes programas estaduais e territoriais.
Design e especificações
O DEA está estruturado para estimular a inclusão digital por meio da conjugação de oferta tecnológica e desenvolvimento de habilidades, contemplando infraestrutura, treinamentos e suporte para grupos historicamente marginalizados. O programa aborda pessoas de minorias raciais e étnicas, conforme único ponto de menção direta à raça na legislação, acompanhada por uma cláusula geral de não discriminação inspirada no Civil Rights Act de 1964.
Apesar de recente, o DEA ainda está em fase inicial de distribuição dos recursos, com grande parte do financiamento, anunciado em janeiro de 2024, ainda aguardando liberação, após o congelamento imposto pela administração Trump nesse mesmo ano. A National Digital Inclusion Alliance, grupo apoiado pelo programa, destaca o impacto direto na continuidade de 65 iniciativas comunitárias locais de inclusão digital.
Repercussão e aplicações
A crítica de Trump à continuidade do DEA, destacando-o em postagens no Truth Social como um “programa RACISTA e ILEGAL de US$ 2,5 BILHÕES”, engaja um debate acirrado. Segundo o ex-presidente, o programa perpetua “handouts based on race” (doações baseadas em raça), posição que gerou repúdio desde autoras do projeto, como a senadora Patti Murray (D-WA).
“As usual, the President has no idea what he’s talking about.”
(“Como de costume, o Presidente não faz ideia do que está falando.”)— Sen. Patty Murray (D-WA)
Murray ressalta que o programa atende diversas comunidades com necessidades variadas, de distritos escolares a bibliotecas, e critica a politização do termo “equidade”. Para a National Digital Inclusion Alliance, a suspensão dos fundos representa um retrocesso econômico e social grave.
“Cutting this funding will deepen the divide and force greater costs down the road.”
(“Cortar este financiamento aprofundará a divisão e acarretará custos maiores no futuro.”)— National Digital Inclusion Alliance
O impacto vai além do acesso à tecnologia, alcançando a capacidade das pessoas em utilizar recursos digitais para educação, saúde e serviços governamentais, destacando a urgência social do tema. No entanto, ainda não está claro se houve ações formais para encerrar o programa além das declarações públicas.
Enquanto isso, o Digital Equity Act representa um movimento estratégico no enfrentamento da exclusão digital, buscando aproximar segmentos populacionais divergentes da revolução tecnológica em curso.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)