
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revela a descoberta de uma espécie arbórea de um grupo de répteis que remonta ao Período Jurássico Superior, conhecido como Sphenodraco scandentis, enfatizando a importância das coleções de museus para compreender a diversidade antiga.
Contexto da descoberta
O Arquipélago de Solnhofen, situado na Baviera, Alemanha, é famoso por seus fósseis bem preservados que datam do Jurássico. O novo fóssil pertence a um grupo chamado Rhynchocephalia, que atualmente é representado apenas pela tuatara (Sphenodon punctatus). Este grupo foi muito mais variado no passado, sendo comum em diversas ilhas, semelhante ao que se observa hoje com os lagartos.
Com a descoberta de Sphenodraco scandentis, os pesquisadores visam entender melhor a ecologia desses répteis primitivos, que ocupavam ambientes arbóreos.
Métodos e resultados
A pesquisa foi liderada por Victor Beccari, estudante de doutorado do Museu Paleontológico de Munique. Beccari trouxe à luz a conexão entre dois fósseis que estavam separados desde a década de 1930. “O avanço ocorreu quando eu estava pesquisando répteis fósseis no Museu de História Natural, em Londres”, afirmou Beccari. “Percebi uma curiosa semelhança entre um fóssil da coleção do Museu e um que havia estudado no Museu Senckenberg em Frankfurt”
(“The breakthrough came when I was researching fossil reptiles at the Natural History Museum, London,” said Victor Beccari, a Ph.D. student at the Palaeontological Museum, Munich).
Ao comparar Sphenodraco scandentis com lagartos vivos, incluindo a tuatara, os pesquisadores determinaram que o fósseis possuíam membros e dedos alongados, além de um corpo mais curto, características típicas de lagartos arborícolas e planadores.
Implicações e próximos passos
Esta descoberta sublinha a relevância das coleções de museus para compreensão da diversidade antiga. “Sabemos que ilhas modernas podem ter centenas de espécies de répteis, então não há razão para que as ilhas antigas não tivessem também”, afirmou Beccari. O estudo foi publicado em 2 de julho de 2025 no Zoological Journal of the Linnean Society.
A pesquisa também destacou a necessidade de uma melhor análise dos materiais disponíveis, incluindo o uso de tecnologias como microtomografia computadorizada e imagens em ultravioleta para elucidar detalhes anatômicos.
Com a descoberta de Sphenodraco scandentis, novos esforços poderão ser direcionados para investigar a biodiversidade dos répteis no Jurássico, potencialmente revelando mais espécies e suas interações ecológicas.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)