Descoberta revela fóssil de pinguim gigante de 3 milhões de anos

Aotearoa (Nova Zelândia) — InkDesign News — Uma equipe internacional de pesquisadores revelou o fóssil de um pinguim gigante extinto, datado de cerca de 3 milhões de anos, encontrado na costa de Taranaki, Nova Zelândia. O estudo detalha a morfologia do crânio fossilizado e discute as possíveis causas de desaparecimento dessas aves imponentes, oferecendo novas perspectivas sobre o impacto do clima e de predadores no passado.
O Contexto da Pesquisa
Em período conhecido como Aquecimento do Mid-Piacenziano, a região que hoje corresponde à Nova Zelândia abrigava uma fauna diversificada. Pesquisas paleontológicas anteriores já haviam identificado a presença de mamíferos marinhos e aves adaptadas a ambientes quentes, porém a coexistência de espécies tropicais e subantárticas levantava questões sobre as tolerâncias ambientais de espécies como os grandes pinguins. A descoberta do novo fóssil acontece em um momento de debates sobre como a biodiversidade responde a mudanças de temperatura, especialmente em épocas de transição climática.
Resultados e Metodologia
A pesquisa, publicada recentemente, descreve um crânio de pinguim gigante encontrado nos sedimentos costeiros de South Taranaki. A peça mede 31% a mais que o crânio do maior pinguim atual, o imperador (Aptenodytes forsteri). Segundo os cientistas, o animal apresentava uma robustez craniana e um bico longo, sugerindo semelhança com o pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), mas em dimensões colossais.
Comparado aos pinguins imperadores de hoje, o espécime extinto poderia alcançar até um metro de altura e pesar mais de 35 quilos. O estudo apontou que as águas em que vivia atingiam 20°C, indicando notável flexibilidade térmica:
“Ambos os pinguins-imperadores e -reis podem resistir a temperaturas até 20°C superiores às que usualmente enfrentam.”
(“Both king and emperor penguins today can withstand temperatures up to 20°C higher than those they usually forage in.”)— Autores do estudo, Universidade de Otago
Para a obtenção dos dados, os pesquisadores realizaram análises morfológicas comparativas e dataram os sedimentos pelo contexto geológico. As imagens de reconstrução demonstram o crânio do pinguim de Taranaki em confronto visual com as espécies atuais.
Implicações e Próximos Passos
A extinção dos grandes pinguins na Nova Zelândia permanece sem explicação definitiva, já que outras espécies de pinguins menores sobreviveram à era glacial. O estudo sugere que a predação por aves de rapina gigantes recém-chegadas, como a águia de Haast e o harrier de Forbes, pode ter contribuído para o desaparecimento dessas aves.
“A presença dessas aves indica que os grandes pinguins eram menos limitados pela temperatura do mar do que se imaginava. Outro mecanismo deve ser considerado.”
(“Their sheer presence suggests they were less constrained by sea surface temperatures than previously thought. Another mechanism must be at play.”)— Autores do estudo, Universidade de Otago
A análise também destaca que condições de escassez de alimento, já conhecidas por afetar populações de pinguins, não explicam de modo satisfatório o desaparecimento exclusivo dos grandes pinguins.
A tendência de aquecimento global atual renova o interesse por fósseis do período quente, pois o futuro pode repetir antigas interações ecológicas na Nova Zelândia. Novos estudos devem focar nos impactos da mudança climática sobre a fauna polar e subpolar, avaliando riscos e resiliências das espécies modernas diante da expansão de suas possíveis zonas habitáveis.
Por fim, a descoberta reafirma a relevância dos registros fósseis para compreender migrações, adaptações e extinções em períodos de mudanças climáticas acentuadas, contribuindo com dados essenciais para modelos de biodiversidade futuros.
Fonte: (Live Science – Ciência)