São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revelou um caso notável de hibridização entre o pequeno grupo de espécies de aves, onde o híbrido gerado é resultado da interação de duas espécies que Expandiram suas áreas de distribuição devido às mudanças climáticas.
Contexto da descoberta
A hibridização é um fenómeno frequentemente observado entre populações que divergiram recentemente. Contudo, a pesquisa liderada por Brian R. Stokes, estudante de pós-graduação da Universidade do Texas em Austin, ressalta que o ancestral comum mais recente entre o gaio azul (Cyanocitta cristata) e o gaio verde (Cyanocorax yncas) viveu há pelo menos 7 milhões de anos.
No passado, hibridações de vertebrados costumavam ser atribuídas a atividades humanas, como a introdução de espécies invasoras. Este caso, no entanto, sugere que as alterações nos padrões climáticos podem estar permitindo a expansão simultânea dessas espécies e, por consequência, a hibridização.
Métodos e resultados
No estudo, Stokes monitorou redes sociais onde observadores de aves compartilham fotos de suas avistamentos. Durante essa atividade, ele encontrou uma imagem de uma ave exótica em um subúrbio do Texas. Após algum esforço, conseguiu capturar a ave em uma rede de neblina, coletando uma amostra de sangue antes de libertá-la. O documento, publicado na revista Ecology and Evolution, apresenta a ave como um macho híbrido resultante de um gaio verde mãe e um gaio azul pai.
Essa descoberta é semelhante a hibridações artificiais realizadas na década de 1970, mas levanta questões sobre a frequência desse fenômeno na natureza, que pode ser muito maior do que o previamente reconhecido.
A hibridação é provavelmente muito mais comum no mundo natural do que os pesquisadores sabem, devido à dificuldade de reportar esses eventos.
(“Hybridization is probably way more common in the natural world than researchers know about because there’s just so much inability to report these things happening.”)— Brian R. Stokes, Estudante de Pós-Graduação, Universidade do Texas em Austin
Implicações e próximos passos
Com as distribuições dos gaias azul e verde se sobrepondo em áreas como San Antonio, o estudo demonstra a importância de monitorar as mudanças sociais e geográficas nas populações de aves. Stokes enfatiza que esses eventos são indícios de como as mudanças climáticas podem impactar as interações entre espécies, o que pode ter reverberações na biodiversidade local.
Um futuro estudo poderá se concentrar em outras áreas onde essas espécies se sobrepõem, investigando se outros híbridos podem surgir à medida que as mudanças climáticas continuam a afetar os habitats. A pesquisa sugere que a mobilidade de aves pode ser um indicador importante de como as espécies se adaptarão em resposta às pressões ambientais.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)
