
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) revelaram uma descoberta significativa: imagens surpreendentes de um disco protoplanetário estruturado ao redor da estrela RIK 113, localizada a aproximadamente 431 anos-luz na constelação de Escorpião.
Contexto da descoberta
Também conhecida como 2MASSJ16120668-3010270, a estrela RIK 113 é um candidato promissor para o estudo da formação de planetas. A complexidade desse disco foi inicialmente revelada pelo Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) em um estudo publicado no ano passado, que indicou a presença de uma lacuna, sugerindo um objeto planetário possivelmente embutido nela.
Métodos e resultados
Utilizando o instrumento SPHERE do VLT, Dr. Christian Ginski e sua equipe capturaram imagens que revelam características intrigantes, incluindo braços espirais no anel interno do disco.
“Essas imagens são especiais, pois é raro encontrar um sistema com tanto em sua configuração, que se alinha perfeitamente às previsões teóricas sobre como um planeta em formação deve moldar seu disco progenitor.”
(“These images are something special, as one rarely finds a system with both rings and spiral arms in a configuration that almost perfectly fits the predictions of how a forming planet is supposed to shape its parent disk according to theoretical models.”)— Christian Ginski, Astrônomo, Universidade de Galway
A análise detalhada dos dados revelou dois sinais potenciais de protoplanetas ao redor de RIK 113. Embora esses sinais ainda sejam sugestivos, a confirmação de um ou mais planetas poderia marcar um avanço significativo. “Encontramos um disco interno que se estende até 40 AU com dois braços em espiral, separados por uma lacuna de um anel externo que vai até 115 AU”, explicaram os astrônomos.
Implicações e próximos passos
Os resultados deste estudo têm implicações profundas para a compreensão da formação planetária em geral. A presença de estruturas como braços espirais, juntamente com a lacuna, pode estar associada à viscosidade mais alta do disco em comparação a sistemas como PDS 70.
“Se os planetas no disco forem confirmados, RIK 113 se tornará um laboratório primário para estudar a interação entre planetas e discos.”
(“If planets in the disk are confirmed, RIK 113 will become a prime laboratory for the study of planet-disk interaction.”)— Christian Ginski, Astrônomo, Universidade de Galway
Com o apoio de modelos hidrodinâmicos, a equipe sugere que a presença de um gigante gasoso poderia variar entre 0,1 e 5 massas de Júpiter. As observações contínuas de RIK 113 podem não apenas confirmar a existência de planetas, mas também oferecer novos insights sobre a formação do nosso próprio Sistema Solar.
A relevância desta pesquisa deve inspirar novas investigações sobre a dinâmica dos discos protoplanetários e a formação de planetas, possibilitando uma compreensão mais clara das origens planetárias no universo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)