
São Paulo — InkDesign News — A transição para energias limpas nos Estados Unidos, marcada por sua dependência de equipamentos solares fabricados na China, levanta preocupações sobre segurança e vulnerabilidades na infraestrutura energética do país.
Contexto e lançamento
Nos últimos anos, a adoção de energia solar nos Estados Unidos tem crescido de forma exponencial, impulsionada por políticas de sustentabilidade e incentivos econômicos. No entanto, essa mudança também tornou a infraestrutura solar altamente dependente de partes e componentes fabricados por empresas chinesas. Recentemente, um relatório da Reuters revelou a descoberta de dispositivos de comunicação ocultos em inversores solares chineses, o que coloca em risco a segurança da rede elétrica americana.
Design e especificações
Os inversores solares são essenciais para a conexão de painéis solares à rede elétrica, possibilitando a conversão de energia solar em eletricidade utilizável. O problema revelado envolve a presença de dispositivos de comunicação — como rádios celulares — que não estão documentados adequadamente. Essas falhas de transparência levantam questões sobre a possibilidade de manipulação remota dos inversores, que poderiam levar à destabilização da rede. Embora a presença de dispositivos de comunicação em tecnologia seja comum para atualizações e manutenções, a ocultação desses componentes sugere uma potencial intenção maliciosa. Um porta-voz do Departamento de Energia dos EUA afirmou:
“Embora essa funcionalidade possa não ter intenção maliciosa, é crucial que aqueles que adquirem conheçam plenamente as capacidades dos produtos recebidos.”
(“While this functionality may not have malicious intent, it is critical for those procuring to have a full understanding of the capabilities of the products received.”)— Porta-voz, Departamento de Energia dos EUA
Repercussão e aplicações
O impacto cultural e prático dessa descoberta é significativo, considerando que cerca de 78% dos inversores solares são fabricados na China. Organizações americanas, como o Center for a Prosperous America, estimam que os fabricantes chineses controlam 39% da capacidade de módulos solares nos EUA. Essa dependência levanta preocupações sobre a proteção da infraestrutura crítica americana, que já viu empresas de tecnologia chinesas serem banidas de setores como o das torres 5G devido a temores de espionagem. A resposta da China às acusações foi de negação, com um porta-voz da embaixada afirmando:
“Nos opomos à generalização do conceito de segurança nacional, distorcendo e difamando as conquistas de infraestrutura da China.”
(“We oppose the generalisation of the concept of national security, distorting and smearing China’s infrastructure achievements.”)— Porta-voz, Embaixada da China
Diante dessa situação, fica evidente que a interdependência global traz riscos; portanto, a posição dos EUA em relação à fabricação e aquisição de tecnologia solar pode mudar. A possibilidade de restrições semelhantes às que foram aplicadas a outros setores pode se concretizar, desafiando a expansão da capacidade energética do país, que, segundo a EIA, deve crescer nos próximos anos.
Esse contexto fará com que a segurança e a transparência na cadeia de suprimentos se tornem preocupações centrais nas discussões sobre o futuro da energia solar nos Estados Unidos e no mundo.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)