Delegação da Casa Branca inicia diálogo com oposição sobre governo no Brasil

Brasília — InkDesign News — Uma delegação do Departamento de Estado dos Estados Unidos esteve no Brasil para discutir o combate a organizações criminosas transnacionais, em meio a especulações acerca de possíveis sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A visita, ocorrida em 5 de maio de 2025, ocorreu em meio a tensões políticas e acusações entre bolsonaristas e o governo americano.
Contexto político
A comitiva americana, liderada pelo coordenador de sanções da Casa Branca, David Gamble, foi recebida em reuniões com autoridades brasileiras, incluindo o senador Flávio Bolsonaro, que apresentou um dossiê ligando facções criminosas brasileiras a grupos terroristas internacionais, como o Hezbollah. Embora políticos bolsonaristas tenham ventilado que a visita buscava tratar de sanções contra Alexandre de Moraes por alegada censura a jornalistas e políticos de direita, o governo americano declarou, em nota oficial, que a pauta era o combate ao crime organizado transnacional. Paralelamente, o governo brasileiro expressa interesse em negociar a implantação de cotas comerciais para aço e alumínio, a fim de evitar sobretaxas aplicadas anteriormente durante o mandato do ex-presidente Donald Trump.
Reações e debates
Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado residindo nos EUA, antecipou a possibilidade de sanções contra Alexandre de Moraes, dizendo em vídeo nas redes sociais:
“Quando eu disse aqui ‘a batata do Alexandre de Moraes está esquentando’ aqui nos EUA, pode ter certeza que está esquentando de verdade. Aqui não tem tique-taque não”
(“When I said here ‘Alexandre de Moraes’s bacon is cooking’ here in the US, you can be sure it’s really cooking. There’s no ticking clock here.”)— Eduardo Bolsonaro, Deputado Federal
No entanto, Flávio Bolsonaro, ao confirmar o encontro com Ricardo Macedo Pita, assessor sênior para o ocidente da comitiva americana, relativizou as especulações:
“Ele tá tratando disso nos EUA, mas esta reunião específica foi uma conicidência de verdade”
— Flávio Bolsonaro, Senador da República
A reação do governo americano, em nota, foi clara ao ressaltar que a visita era focada no combate ao crime organizado, e não em sanções individuais contra integrantes do judiciário brasileiro.
Desdobramentos e desafios
Nos próximos dias, a comitiva do Departamento de Estado deve se reunir com técnicos da Secretaria Nacional de Segurança Pública e representantes do Itamaraty para aprofundar as discussões sobre terrorismo internacional e segurança. A agenda bilateral também prevê negociações comerciais para evitar sobretaxas sobre aço e alumínio, tema sensível para a indústria brasileira. Este contexto representa um desafio para o governo brasileiro, que precisa conciliar a cooperação internacional no combate ao crime com as tensões políticas internas, especialmente diante das pressões de grupos políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A visita americana e os desdobramentos associam-se a um cenário político marcado por disputas ideológicas e estratégicas, onde a defesa da segurança pública e a preservação das relações comerciais com os EUA são fundamentais para o futuro político e econômico do Brasil.
Fonte: (CNN Brasil – Política)