
São Paulo — InkDesign News —
Um recente vídeo gerado por inteligência artificial, que retrata o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, levanta questões sobre a ética e a veracidade na política contemporânea. O material, publicado pelo Comitê Nacional Republicano do Senado (NRSC), usa a tecnologia de deepfake para transmitir mensagens políticas de forma potencialmente enganosa.
Contexto e lançamento
A prática de utilizar vídeos manipulados não é nova, mas a combinação de imagens reais e palavras autênticas destaca os novos rumos que a propaganda política está tomando. Neste caso, as palavras “Every day gets better for us” (“Todo dia fica melhor para nós”) pertencem de fato a Schumer, porém foram criadas em um contexto diferente de sua citação original, o que gera confusão e preocupação acerca da honestidade nas comunicações políticas.
Design e especificações
O vídeo é descrito como tendo uma estética cinematográfica, caracterizada por um uso intenso de bokeh. A técnica empregada lembra aplicativos online de animação simples, como o Google Veo 3, que permite transformar fotos em vídeos animados rapidamente. O resultado é um produto que, embora reconheça a autenticidade das palavras de Schumer, distorce sua apresentação de maneira enganosa. A manipulação da imagem de Schumer, com uma expressão bizarra após a fala, aumenta a sensação de estranhamento e falsidade do material.
Repercussão e aplicações
Enquanto o NRSC defende o uso do vídeo como uma forma atraente de apresentar as mensagens políticas de Schumer, especialistas alertam para os perigos da desinformação. “Essas são as próprias palavras de Chuck Schumer,” afirmou Joanna Rodriguez, diretora de comunicações do NRSC.
“O vídeo é uma forma para os eleitores verem e ouvirem isso por si mesmos.”
(“These are Chuck Schumer’s own words,” NRSC communications director Joanna Rodriguez told The Associated Press.)
A questão central reside na interpretação do conteúdo gerado por inteligência artificial, especialmente para públicos menos céticos. Este tipo de conteúdo pode reforçar narrativas políticas, mas também propaga uma forma de desinformação disfarçada de verdade.
O vídeo já recebeu um número relativamente baixo de interações, mas sua divulgação faz parte de uma tendência mais ampla e preocupante nas redes sociais que envolve o uso de mídia manipulativa. Além disso, as regras da plataforma X proíbem a distribuição de mídia sintética que pode causar danos, deixando espaço para debate sobre a interpretação dessa norma.
O futuro da propaganda política com tecnologias avançadas de IA promete um cenário ainda mais complexo. Com o aumento do uso de deepfakes e ferramentas similares, o público deve se preparar para navegar em um mar de informações cada vez mais manipulado.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)