
Brasília — InkDesign News — O almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que seja dispensado de prestar depoimento como testemunha no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, segundo pedido formal enviado na quarta-feira (21) pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Contexto político
A ação penal que apura o suposto plano golpista envolve figuras militares de alta patente, entre elas o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrante do “núcleo crucial” da trama. Garnier é acusado de liderar medidas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Na época dos fatos, Olsen ocupava o cargo estratégico de comandante de Operações Navais, posição que exigir sua anuência em possíveis mobilizações militares. A defesa de Garnier sustenta que nenhuma ordem nesse sentido foi emitida ou discutida.
Reações e debates
No pedido de dispensa, a AGU alegou que Olivier “não conhece os fatos objeto de apreciação na presente ação penal, motivo pelo qual requer o indeferimento da sua oitiva na qualidade de testemunha”. A audiência do almirante está programada para as 15h de sexta-feira (24). Após o pedido, o ministro Alexandre de Moraes concedeu prazo de 24 horas para que a defesa de Garnier se manifeste sobre a possibilidade de dispensar o depoimento, mas a decisão final ficará a critério do relator do processo.
“O requerente informa que desconhece os fatos objeto de apreciação na presente ação penal, motivo pelo qual requer o indeferimento da sua oitiva na qualidade de testemunha”
— Pedido da Advocacia-Geral da União (AGU)
Desdobramentos e desafios
O caso segue sua tramitação no STF com a ampliação do inquérito e aprofundamento dos depoimentos, que já envolveram diversas figuras militares. O processo contra Garnier e outros réus prevê cinco acusações, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A eventual dispensa da oitiva de Olsen pode influenciar o roteiro das investigações, considerando sua posição de comando na Marinha na época dos fatos.
“A linha de defesa de Garnier é sustentar que nenhuma ordem nesse sentido foi dada ou discutida.”
— Defesa do almirante Almir Garnier
Enquanto o STF avalia a pertinência do depoimento, o caso permanece central no debate sobre instituições democráticas e a estabilidade política pós-eleição no Brasil.
Fonte: (CNN Brasil – Política)