
Estocolmo — InkDesign News — Três físicos foram laureados com o Prêmio Nobel de Física de 2025 nesta segunda-feira (6), em anúncio da Assembleia Nobel no Instituto Karolinska, Suécia, “pela descoberta do tunelamento quântico macroscópico e quantização de energia em um circuito elétrico”. A pesquisa, conduzida por John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis, lança nova luz sobre fenômenos da mecânica quântica em escalas nunca antes acessadas por experimentos laboratoriais.
O Contexto da Pesquisa
Nas últimas décadas, cientistas vêm buscando compreender como propriedades quânticas, tradicionalmente restritas a átomos e partículas subatômicas, se manifestam em sistemas de maior escala. O desafio sempre foi identificar efeitos genuinamente quânticos, como o tunelamento – a capacidade de uma partícula superar barreiras energéticas que seriam intransponíveis pela física clássica – em dispositivos compostos por bilhões de átomos, como circuitos elétricos. Esse era, até recentemente, considerado um feito “impossível” fora do domínio microscópico.
Resultados e Metodologia
O trabalho agraciado com o Nobel demonstrou, de modo inédito, que correntes elétricas em circuitos supercondutores podem apresentar “tunelamento quântico macroscópico” – uma corrente literalmente “saltando” barreiras de energia em estruturas visíveis a olho nu. Ademais, foi verificada a quantização de energia nesses circuitos, fenômeno que constitui a base do funcionamento dos qubits em computadores quânticos.
A pesquisa forneceu insights sobre a mecânica quântica em uma nova escala.
(“The research provided insights into quantum mechanics on a new scale.”)— Nobel Assembly at Karolinska Institutet
A metodologia empregada envolveu circuitos supercondutores resfriados a temperaturas próximas do zero absoluto — ambiente em que efeitos quânticos se tornam mais aparentes. Utilizando técnicas de precisão para medir estados de energia nos circuitos, os pesquisadores identificaram assinaturas inequívocas do tunelamento e quantização.
Implicações e Próximos Passos
O feito tem profundas implicações para o desenvolvimento de tecnologias quânticas, fortalecendo as bases para computadores quânticos robustos e sensores de alta precisão. Tais avanços podem revolucionar áreas que vão desde a criptografia à física de materiais.
A conquista coloca à prova a fronteira entre o mundo quântico e o clássico, desafiando nossa compreensão fundamental das leis da física.
(“The achievement challenges the boundary between the quantum and classical worlds, questioning our fundamental understanding of the laws of physics.”)— Michel H. Devoret, Professor, Yale University
A premiação de Clarke, Devoret e Martinis marca a 119ª edição do Prêmio Nobel de Física e contempla, também, uma recompensa financeira de 11 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,2 milhão).
À medida que a comunidade científica internacional absorve estes resultados, espera-se um aumento significativo em investimentos e colaborações multidisciplinares para exploração de novos dispositivos quânticos e aplicações tecnológicas, consolidando esta descoberta no cerne da ciência contemporânea.
Fonte: (Live Science – Ciência)