
Ithaca — InkDesign News — Um novo estudo liderado pelo físico Henry Tye, da Universidade Cornell, sugere que o universo pode não estar em expansão infinita, como se pensava. Segundo dados recentes de energia escura, publicados no Journal of Cosmology and Astroparticle Physics em 2025, o cosmos caminha para um colapso chamado “big crunch”. Se confirmada, a hipótese indica que metade dessa trajetória já foi percorrida.
O Contexto da Pesquisa
Desde o século XX, após o astrônomo Alexander Friedmann propor a expansão do universo em 1922, a teoria predominante defendia que o universo se expandiria indefinidamente após o Big Bang. Entretanto, resultados recentes indicam possíveis destinos alternativos, como o “long freeze” (longa congelação) ou o “big rip” (grande ruptura). O consenso nas últimas duas décadas favorecia uma constante cosmológica positiva, reforçando o cenário de expansão, mas novas análises desafiam essa perspectiva.
Resultados e Metodologia
A equipe de Tye analisou dados provenientes de grandes projetos de observação, como o Dark Energy Survey e o Dark Energy Spectroscopic Instrument, para investigar a verdadeira natureza da energia escura — responsável por cerca de 68% do conteúdo energético do universo. Adicionando essas informações ao modelo cosmológico, os pesquisadores incorporaram ainda a existência de uma partícula hipotética de baixíssima massa.
Segundo Tye, o novo modelo indica que a constante cosmológica tem valor negativo, invertendo a expectativa estabelecida. Assim, “o universo terminará em um big crunch”, afirma o pesquisador.
“The new data seem to indicate that the cosmological constant is negative, and that the universe will end in a big crunch.”
(“Os novos dados parecem indicar que a constante cosmológica é negativa e que o universo terminará em um big crunch.”)— Henry Tye, Físico, Universidade Cornell
Simulações sugerem que o universo atingirá seu tamanho máximo em cerca de 11 bilhões de anos. A partir desse ponto, devido ao valor negativo da constante, a expansão cessará e o universo começará a retrair-se até colapsar totalmente após aproximadamente 33 bilhões de anos desde o Big Bang.
“People have said before that if the cosmological constant is negative, then the universe will collapse eventually. That’s not new. However, here the model tells you when the universe collapses and how it collapses.”
(“Já foi dito antes que, se a constante cosmológica é negativa, então o universo eventualmente colapsa. Isso não é novidade. Porém, aqui o modelo indica quando e como isso ocorrerá.”)— Henry Tye, Físico, Universidade Cornell
Implicações e Próximos Passos
Caso a hipótese seja confirmada, a descoberta alteraria profundamente a compreensão sobre o destino cosmológico. O “big crunch” — que implicaria a retração de todo o tecido espacial a um único ponto — desafia as principais previsões aceitas até então. Novos experimentos e a contínua análise dos dados de energia escura serão fundamentais para validar os resultados.
Especialistas destacam que, embora a existência de forças desconhecidas continue sendo um mistério, a presença da partícula hipotética influencia a dinâmica cosmológica, alterando o comportamento da constante ao longo do tempo. Outras equipes deverão buscar evidências adicionais e refinar modelos teóricos.
No cenário científico, resultados como este impulsionam debates sobre a evolução cósmica e impulsionam o desenvolvimento de futuras missões espaciais dedicadas à energia escura e expansão universal. O acompanhamento desse campo pode redefinir não apenas a cosmologia, mas também as bases da física fundamental.
Fonte: (Popular Science – Ciência)