
São Paulo — InkDesign News — Uma recente pesquisa identificou um marcador genético responsável pela ausência de espinhos em plantas de amora, uma descoberta que promete revolucionar a produção do cultivo, melhorando a segurança alimentar e aumentando a qualidade do produto final.
Contexto da descoberta
A produção de amoras tem enfrentado desafios devido aos espinhos, que causam danos mecânicos aos frutos e geram preocupações de segurança alimentar. Os cultivadores de amora têm buscado variedades que possuam canas sem espinhos para reduzir esses problemas. Dr. Margaret Worthington, pesquisadora da Estação Experimental Agrícola de Arkansas, observou que “os criadores de amoras não tinham as informações genéticas necessárias para identificar por que algumas plantas não apresentavam espinhos” (”
Blackberry breeders have not had the necessary genetic information to identify why some plants lacked what are technically known as prickles but are commonly called thorns”).
Métodos e resultados
O estudo envolveu uma análise genômica abrangente de 374 variedades de amora, incluindo amostras com e sem o traço espinhoso. A equipe utilizou a técnica de genotipagem para rastrear polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), que ajudaram a identificar a região que controla a característica sem espinhos. Como parte do processo, foi revelado o primeiro marcador diagnóstico para essa característica em amoreiras.
Os pesquisadores descobriram que a falta de variação genética ao redor do cromossomo Ra04 está associada a um bloco de desequilíbrio de ligação, sugerindo que a seleção intensa por plantas sem espinhos poderia ter introduzido traços indesejáveis, como alta acidez e falta de tolerância ao frio. “Em selecionar tão especificamente por plantas sem espinhos, essas características negativas foram incorporadas” (”
In selecting so specifically for thornless plants, these negative traits have been brought in and variation around the locus has been lost”).
Implicações e próximos passos
Os marcadores genéticos encontrados facilitarão o processo de hibridação, permitindo que os criadores tomem decisões mais rápidas e informadas já na fase de mudas. Essa eficiência pode acelerar o desenvolvimento de cultivares que não apenas atendam às exigências do mercado, mas também restaurar a variabilidade genética perdida. A pesquisa destaca a importância dos marcadores genéticos em culturas como amora e framboesa, embora seu uso seja mais avançado em culturas de linha, como arroz e soja.
O impacto prático dessa descoberta promete ser significativo para a indústria de frutas frescas, oferecendo doses de variedade que são mais seguras e atraentes para os consumidores. Novas investigações poderão focar na combinação de traços desejáveis utilizando plantas espinhosas, ampliando as opções disponíveis para os produtores.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)