Cientistas divulgam descoberta de tubarão-lanterna bioluminescente

Perth, Austrália — InkDesign News — Oceanógrafos australianos revelaram a descoberta de duas novas espécies marinhas nas águas profundas ao largo da costa ocidental da Austrália, fruto de uma expedição científica liderada pela CSIRO. A pesquisa, divulgada em outubro de 2025, apresentou um tubarão-lanterna bioluminescente e um minúsculo caranguejo-porcelana, aproximando o total de espécies inéditas encontradas nesta missão a cerca de 20.
O Contexto da Pesquisa
A expedição foi motivada pelo crescente interesse em biodiversidade dos ecossistemas abissais australianos. Utilizando o navio de pesquisa Investigator, a equipe da CSIRO buscou mapear e caracterizar a fauna profunda do litoral da Austrália Ocidental. O trabalho segue uma tradição recente de descobertas na região, que desde 2022 já resultou em novos registros como o painted hornshark e o ridged-egg catshark.
Resultados e Metodologia
Entre as espécies descritas, destaca-se o tubarão-lanterna Etmopterus westraliensis, encontrado a cerca de 600 metros de profundidade. Medindo até 40 centímetros, esse animal possui olhos grandes para enxergar no escuro e corpo delgado, além de emitir luz por células chamadas fotóforos. Outro achado, o caranguejo-porcelana Porcellanella brevidentata, com somente 1,3 milímetro de largura, vive em associação com corais moles (sea pens) e, diferentemente de outros caranguejos, alimenta-se filtrando plâncton:
“Porcelain crabs are known as filter feeders, feeding on plankton by using modified mouthparts with long hairs to sweep the water for small pieces of food such as plankton”
(“Caranguejos-porcelana são conhecidos por filtrarem seu alimento, usando apêndices bucais modificados com longos pelos para capturar partículas de plâncton na água”)— Andrew Hosie, Pesquisador, CSIRO
O tubarão-lanterna, por sua vez, apresenta adaptações à vida nas profundezas marinhas.
“Lanternsharks are an amazing group of sharks,”
(“Tubarões-lanterna são um grupo fascinante de tubarões,”)— Will White, Ictiologista, CSIRO
A coleta dos espécimes ocorreu em diferentes faixas de profundidade: o tubarão a 2.000 pés e o caranguejo a 400 pés, ambos na costa de Ningaloo.
Implicações e Próximos Passos
A missão é parte de um esforço amplo para documentar a biodiversidade marinha australiana, podendo revelar até 600 espécies novas em amostras já coletadas. Os achados ressaltam a vastidão inexplorada dos oceanos e a urgência de iniciativas de monitoramento. As análises taxonômicas seguem em ritmo acelerado, enquanto outros grupos da CSIRO preparam nova incursão científica ao Mar de Coral, ao largo do nordeste Australiano.
A expectativa é que o aprofundamento desses estudos viabilize descobertas de adaptações únicas do ponto de vista evolutivo e aplicações para biotecnologia ou conservação. A comunidade científica internacional aguarda, para os próximos anos, uma ampliação substancial do catálogo de espécies abissais conhecidas nesta região.
Fonte: (Popular Science – Ciência)