
São Paulo — InkDesign News — Um recente estudo revelou a existência de um dos buracos negros mais massivos já registrados, localizado a cerca de 5 bilhões de anos-luz da Terra, na galáxia conhecida como Cosmic Horseshoe, e que possui uma massa equivalente a 36 bilhões de sóis.
Detalhes da missão
A investigação foi conduzida por uma equipe de astrônomos liderada por Thomas Collett, professor na Universidade de Portsmouth, na Inglaterra. O trabalho focou na identificação de um buraco negro “dormente”, que não está ativamente consumindo matéria, diferentemente de outros buracos negros que possuem discos de acumulação e podem produzir emissões detectáveis, como raios-X. A detecção do buraco negro foi realizada a partir de medições que ocorreram em um sistema que também contém uma galáxia de fundo, aproveitando o fenômeno conhecido como lente gravitacional.
Tecnologia e objetivos
Os pesquisadores utilizaram um método inovador que não depende da presença de avanço ativo de matéria, permitindo a identificação de buracos negros silenciosos. Essa técnica se baseia na gravidade imensa desses buracos negros, que provoca distorções no espaço-tempo, afetando o trajeto da luz que passa por eles. Segundo Carlos Melo, autor principal do estudo e doutorando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “O que é particularmente emocionante é que esse método nos permite detectar e medir a massa desses buracos negros ultramassivos ocultos em todo o universo, mesmo quando estão completamente silenciosos”
O que é particularmente emocionante é que esse método nos permite detectar e medir a massa desses buracos negros ultramassivos ocultos em todo o universo, mesmo quando estão completamente silenciosos.
(“What is particularly exciting is that this method allows us to detect and measure the mass of these hidden ultramassive black holes across the universe, even when they are completely silent.”)— Carlos Melo, Doutorando, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Próximos passos
O próximo passo da pesquisa inclui a exploração da relação entre o tamanho de buracos negros supermassivos e suas galáxias parentais, além de estudos aprofundados sobre como o buraco negro da Cosmic Horseshoe se tornou tão massivo. A equipe está interessada em entender as dinâmicas que levaram à fusão de buracos negros de galáxias companheiras, um aspecto que pode oferecer insights sobre a formação de galáxias e buracos negros.
Estece é um dos poucos exemplos conhecidos de fusões de buracos negros em grupos fósseis, onde todos os buracos negros originais nas galáxias acompanhantes se fundiram para formar o buraco negro ultramassivo que detectamos.
(“It is likely that all of the supermassive black holes that were originally in the companion galaxies have also now merged to form the ultramassive black hole that we have detected.”)— Thomas Collett, Professor, Universidade de Portsmouth
A descoberta do buraco negro na Cosmic Horseshoe não apenas expande nosso entendimento sobre a física de buracos negros, mas também pode alterar permanentemente nossa visão sobre a evolução galáctica. Pesquisas futuras podem revelar verdades fundamentais sobre a estrutura do universo e a natureza do espaço-tempo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)