
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores descobriram novos insights sobre os processos tectônicos em Vênus, revelando que a superfície do planeta é moldada por atividades subjacentes que desafiam as concepções tradicionais sobre sua geologia.
Contexto da descoberta
A pesquisa, liderada por Dr. Gael Cascioli da Universidade de Maryland e do NASA Goddard Space Flight Center, foca nas chamadas coroa, estruturas geológicas únicas de Vênus. Essas formações são consideradas locais onde material quente do manto sobe, deformando a superfície do planeta. Enquanto a Terra experimenta tectônica de placas, Vênus apresenta um cenário distinto, em que a atividade tectônica ocorre sem as placas flutuantes comuns.
Métodos e resultados
Utilizando dados do antigo projeto Magellan da NASA, que mapeou a topografia de Vênus, a equipe investigou 75 coroa e encontrou sinais de atividade em 52 delas, sugerindo que material do manto está ativo sob a superfície. O estudo combina dados de gravidade e topografia para identificar plumas quentes, que poderiam estar impulsionando processos tectônicos.
“Os coronae não são encontrados na Terra hoje; no entanto, eles podem ter existido quando nosso planeta era jovem e antes que a tectônica de placas fosse estabelecida.”
(“Coronae are not found on Earth today; however, they may have existed when our planet was young and before plate tectonics had been established.”)— Dr. Gael Cascioli, Pesquisador, Universidade de Maryland
Através da modelagem geodinâmica em 3D, os pesquisadores simularam diferentes cenários de formação das coronae induzidas por plumas e compararam esses cenários com dados coletados. As plumas identificadas sob a superfície de Vênus são menos densas e quentes, destacando novas formas de tectonismo que diferem das observadas na Terra. Portanto, a pesquisa aponta para um possível processo de subducção invertida, onde material da superfície é empurrado para dentro do manto devido à atividade do manto subjacente.
Implicações e próximos passos
Os resultados não apenas expandem o conhecimento sobre Vênus, mas também oferecem uma nova perspectiva sobre a evolução geológica da Terra. Os pesquisadores sugerem que os mesmos processos que moldam Vênus podem ter sido ativos em estágios iniciais do nosso planeta. Este entendimento não só elucida a dinâmica de Vênus, mas também abre novas fronteiras para a pesquisa em geologia planetária e exoplanetária.
“A coisa mais empolgante para nosso estudo é que agora podemos afirmar que provavelmente existem vários processos ativos em andamento que impulsionam sua formação.”
(“The most exciting thing for our study is that we can now say there are most likely various and ongoing active processes driving their formation.”)— Dr. Anna Gülcher, Pesquisadora, Universidade de Bern
Com ênfase na gravidade e na topografia, este estudo pode guiar futuras missões a Vênus e à exploração de outros corpos celestes com potencial geológico ativo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)