
São Paulo — InkDesign News — Cientistas internacionais finalmente obtiveram amostras lunares trazidas à Terra pela missão Chang’e 5, da China, em 2020. No entanto, dificuldades legais tornam o acesso para pesquisadores baseados nos EUA um desafio.
Detalhes da missão
Em dezembro de 2020, a missão Chang’e 5 retornou à Terra com 1,731 gramas de material lunar, coletado da região Mons Rümker, na vasta área conhecida como Oceano de Tempestades. Este projeto brasileiro de exploração lunar visou não apenas a amostragem, mas também a análise de rochas, visando entender a atividade vulcânica do satélite natural da Terra. Após a conclusão da missão, as amostras foram disponibilizadas para pesquisa acadêmica internacional, em um contexto de crescente colaboração científica global.
Tecnologia e objetivos
A missão utilizou um sofisticado sistema de coleta, e suas amostras contêm materiais basalticos que revelam que a atividade vulcânica da Lua se estendeu por períodos muito mais longos do que se acreditava anteriormente, possivelmente até 120 milhões de anos atrás. Os pesquisadores estão ansiosos para comparar estas amostras com aquelas coletadas durante as missões Apollo. “Conhecer a idade e a composição desses materiais pode oferecer insights sobre a história geológica da Lua”, afirma Mahesh Anand, planetólogo da Open University, que esteve na China para “emprestar” 60 miligramas de amostra para suas investigações.
A atividade vulcânica da Lua pode ter ocorrido de forma mais recente do que pensávamos
(“the moon was volcanically active for much longer than scientists had realized.”)— Mahesh Anand, Planetólogo, Open University
Próximos passos
Os cientistas, incluindo o americano Timothy Glotch da Universidade Stony Brook, planejam realizar uma série de análises comparativas entre as amostras da Chang’e 5 e as coletadas nas missões Apollo. Com a limitação imposta pela emenda Wolf, que proíbe a NASA de financiar pesquisas relacionadas às amostras chinesas, Glotch precisou recorrer a financiamento privado. A equipe de Anand, por sua vez, está testando sua amostra a 2.550 graus Fahrenheit para extrair gases nobres e outras informações químicas da amostra lunar.
Os limites legais atualmente atrapalham a cooperação que tradicionalmente existiu entre científicos de diferentes países
(“The Wolf Amendment seems counter to the old way of doing things.”)— Fonte não identificada
A exploração espacial foi historicamente um terreno fértil para a colaboração internacional, e o acesso às amostras da Chang’e 5 pode contribuir significativamente para o entendimento da geologia lunar, além de eventualmente reformular como os países interagem em termos de pesquisa científica em um ambiente cada vez mais competitivo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)