
Brasília — InkDesign News — A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou em 9 de maio de 2024 que a China manifesta interesse expressivo em desenvolver um amplo projeto de infraestrutura ferroviária no Brasil, integrando o país por meio de ferrovias. A proposta foi destacada durante encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente chinês Xi Jinping, sinalizando retomada das negociações bilaterais em meio a um cenário de tensões entre as maiores economias mundiais.
Panorama econômico
O contexto global atual é marcado por disputas comerciais e barreiras tarifárias, mas também por uma busca crescente por investimentos em infraestrutura que possam fortalecer a competitividade dos países. A ministra Tebet ressalta a necessidade da parceria internacional, especialmente com a China, para viabilizar obras ferroviárias que demandam elevados recursos financeiros, os quais o orçamento público brasileiro não conseguiria suportar isoladamente.
Este movimento ocorre em paralelo a outras iniciativas brasileiras de fortalecimento da integração logística regional, como as cinco Rotas de Integração Sul-Americana, corredores que conectam o Brasil a portos no Pacífico e facilitam o comércio exterior, sobretudo com a Ásia.
Indicadores e análises
Segundo Tebet, “Já estamos tratando disso com a China desde o primeiro mês do governo Lula. Na primeira reunião com o presidente Xi Jinping, percebi que eles estão muito interessados na questão das ferrovias. Eles querem rasgar o Brasil com ferrovias. Não existe dinheiro público suficiente para fazer isso, é muito caro” (“We have been discussing this with China since the first month of Lula’s government. In the first meeting with President Xi Jinping, I realized they are very interested in the railway matter. They want to cut Brazil with railways. There is not enough public money to do this, it is very expensive.”).
A ministra prepara-se para integrar a comitiva presidencial em viagem à China, cuja pauta econômica inclui a atração de investimentos estrangeiros para o setor de infraestrutura no Brasil. “Se não tivermos fundos internacionais ou a participação da China, vamos continuar com essa dívida histórica com o nosso país” (“If we do not have international funds or China’s participation, we will continue with this historical debt with our country.”).
As rotas logísticas em debate visam aprimorar o escoamento de mercadorias e são componentes estratégicos que podem estimular o PIB industrial e exportador brasileiro, numa conjuntura que demanda melhorias na eficiência logística e redução de custos.
Impactos e previsões
A possível expansão ferroviária financiada e implementada em parceria com a China pode transformar a logística brasileira, ampliando a integração regional e internacional. Especialistas apontam que o investimento em infraestrutura é crucial para aumentar a produtividade, reduzir custos e ampliar a competitividade do Brasil no comércio global, especialmente em relação à Ásia.
No entanto, a dimensão do investimento necessário e a dependência de capital estrangeiro ressaltam desafios fiscais e econômicos internos, impondo pressão sobre a gestão da dívida pública e o equilíbrio macroeconômico do país.
Assim, as próximas etapas das negociações sinalizadas pela visita da ministra Tebet marcam um momento decisivo para futuras políticas que possam alavancar investimentos internacionais e também ajustar o cenário fiscal brasileiro, com impacto direto em setores industriais e no bolso do consumidor.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)