
Brasília — InkDesign News — O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, declarou nesta segunda-feira (5) que mecanismos contra fraudes em descontos associativos “não foram colocados em prática” em gestões anteriores, em entrevista à CNN. A revelação surge após investigações da Polícia Federal e Controladoria-Geral da União apontarem R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos em benefícios entre 2019 e 2024.
Contexto político
A fraude detectada no INSS, que atingiu pensões e aposentadorias, abala a credibilidade da autarquia, sobretudo considerando que parte dos descontos fraudulentos precede a gestão do ex-presidente Alessandro Stefanutto, afastado e posteriormente demitido após operação da Polícia Federal. O fato impulsiona a discussão sobre mudanças estruturais na instituição, especialmente no modelo de descontos associativos, cujo funcionamento foi suspenso por tempo indeterminado enquanto se busca um novo modelo.
Reações e debates
Gilberto Waller ressaltou a importância de não apenas punir os responsáveis mas de implementar um processo de saneamento para evitar novos casos. “Havia avisos, alertas, mecanismos, e não foram colocados em prática. O que a gente precisa é colocar em prática, para assegurar ao nosso beneficiário que tudo que mexer na folha dele […] seja resguardado com legitimidade”, afirmou.
“Havia avisos, alertas, mecanismos, e não foram colocados em prática. O que a gente precisa é colocar em prática, para assegurar ao nosso beneficiário que tudo que mexer na folha dele […] seja resguardado com legitimidade”
— Gilberto Waller, presidente do INSS
A oposição também articulou a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso, reforçando a pressão por maior transparência na gestão dos benefícios previdenciários e na fiscalização de processos internos do INSS.
Desdobramentos e desafios
O atual presidente do INSS apontou que a prioridade será replanejar e implementar melhorias no sistema de concessão e desconto dos benefícios, buscando garantia de legitimidade e segurança ao beneficiário. A suspensão dos descontos associativos e o desenvolvimento de um novo modelo sugerem uma reforma interna profunda.
“A ideia é regularizar, é modificar, é planejar mudanças, planejar melhorias no INSS”
— Gilberto Waller, presidente do INSS
Os desafios incluem não apenas a detecção e punição das fraudes, mas a reconstrução da confiança pública em um órgão que é a principal porta de entrada do cidadão ao sistema previdenciário brasileiro. A atuação legislativa, aguardada para os próximos meses, será fundamental para apoiar as mudanças propostas e assegurar maior controle institucional.
O episódio, além de destacar vulnerabilidades internas, projeta uma agenda política voltada para a transparência e eficiência no INSS, com impacto direto na proteção social dos mais vulneráveis.
Fonte: (CNN Brasil – Política)