
Brasília — InkDesign News — A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, orienta que pesquisadores brasileiros com intenção de viajar aos Estados Unidos considerem alternativas. A recomendação surge em meio a um cenário de incerteza sobre a concessão de vistos, que se tornou mais estrito desde a administração de Donald Trump.
Contexto educacional
A pesquisa acadêmica no Brasil vive um cenário de crescimento. Nos últimos 20 anos, o número de programas de mestrado e doutorado duplicou, saltando de quase 3 mil em 2004 para mais de 7 mil em 2023. Apesar desse avanço, a distribuição geográfica dos cursos revela disparidades. Dados mostram que dos 4.859 programas atualmente disponíveis, 1.987 estão localizados no Sudeste, enquanto regiões como o Norte e o Centro-Oeste enfrentam uma carência significativa.
Políticas e iniciativas
Denise Pires de Carvalho destacou que a Capes tem implementado medidas para mitigar a desigualdade regional. Uma das iniciativas é a adaptação das normas de concessão de bolsas de pós-doutorado, incluindo programas com nota 5 na Região Norte e cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Os cursos de nota 5 já são consolidados, portanto são cursos excelentes, que só não receberam nota maior porque não são internacionais ainda. Todos eles vão poder receber mais um pesquisador e essa bolsa de pós-doutorado é a chance de fixar esse pesquisador nessa cidade e desenvolver ainda mais esse programa”, explicou a presidente da Capes.
Desafios e perspectivas
Embora haja avanços significativos, a desigualdade entre regiões ainda é um desafio crucial. Enquanto Denise Pires enfatizou a necessidade de maior equidade para alcançar um patamar de desenvolvimento compatível com países de alta renda, a realidade é que estados da região Nordeste e Norte continuam com uma oferta muito inferior de programas de pós-graduação. “O Brasil só vai conseguir ser um país de alta renda como um todo se ele caminhar como o Chile caminhou, por exemplo. Ter um percentual maior de pessoas com educação superior aptas a entrar no mestrado e no doutorado. E há uma relação direta entre desenvolvimento econômico e ciência e tecnologia”, afirmou Denise.
A busca por alternativas a países tradicionais para intercâmbio científico e acadêmico, como os Estados Unidos, reflete uma nova estratégia que pode contribuir para o fortalecimento da pesquisa em solo brasileiro. A Capes e outras instituições estão atentas a esses movimentos, sugerindo que a diversificação das parcerias internacionais é essencial para a continuidade do progresso acadêmico.
Espera-se que as ações da Capes em educação e pesquisa, aliadas à busca por mais parcerias internacionais, pavimentem um caminho para um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável para o Brasil no futuro.
Fonte: Agência Brasil – Educação