Boeing enfrenta críticas após tragédia com avião avisado por whistleblower

Ahmedabad, Índia — InkDesign News — A recente tragédia do voo que vitimou a quase totalidade de seus passageiros acende novas críticas e investigações sobre os processos de fabricação da Boeing, especialmente do 787 Dreamliner, que desafia a percepção de segurança em aviações modernas.
Contexto e lançamento
O Boeing 787 Dreamliner, lançado em 2011, prometia inovações significativas e eficiência na produção, sendo considerado um marco entre as aeronaves de longo alcance. No entanto, a entrega de novos modelos rapidamente foi seguida por uma série de desafios técnicos que não apenas impactaram a reputação da companhia, mas também levantaram questões cruciais sobre as práticas de fabricação utilizadas. Críticas iniciais apontavam para uma complexidade excessiva na montagem, exacerbada pela terceirização de diversos componentes e subcontratados.
Design e especificações
Os desafios enfrentados pelo 787 incluem um processo de montagem considerado “convoluto” e a delegação de responsabilidades a múltiplos fornecedores, o que, segundo especialistas, pode comprometer a segurança. Problemas como “incêndios relacionados a baterias” e um “bug de software” que poderia resultar em perda de controle foram alguns dos incidentes que levaram a FAA a suspender voos em 2013. A falha foi grave o suficiente para que até mesmo o ex-gerente de qualidade da empresa, John Barnett, alertasse sobre partes de “sub-standard”.
“Não vi um avião sair de Charleston que eu colocasse meu nome dizendo que é seguro e apto para voo.
(“I haven’t seen a plane come out of Charleston yet that I’d put my name on saying it’s safe and airworthy.”)— John Barnett, Ex-Gerente de Qualidade, Boeing
Repercussão e aplicações
Os recentes acontecimentos trouxeram à tona uma onda de críticas à Boeing, particularmente no que diz respeito às suas práticas de fabricação. A crise atual não apenas reacende debates sobre segurança aérea, como também destaca a importância de critérios rígidos de controle de qualidade nas fábricas. O documento da FAA indicava que a Boeing “pode não ter completado inspeções necessárias” para garantir a integridade estrutural do 787, contribuindo para uma reputação manchada. Outro ex-funcionário, Sam Salehpour, reforçou que defeitos na montagem do 787 poderiam levar a cenários catastróficos, alegando um “encobrimento criminoso” da companhia.
“Deficiências na montagem podem fazer a aeronave ‘quebrar ao meio’ durante o voo.
(“deficiencies in the way the 787 was assembled could cause the aircraft to ‘break apart’ in midair.”)— Sam Salehpour, Ex-Engenheiro, Boeing
A tragédia recente destaca a necessidade urgente de reformulação nos processos de fabricação e supervisão na indústria aeronáutica. Observadores da indústria aguardam ansiosamente investigações e melhorias que possam surgir desta crise. As próximas fases da Boeing provavelmente exigirão uma reavaliação das suas metodologias de produção, visando restaurar a confiança nos seus produtos.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)