
Brasília — InkDesign News —
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, recebeu em 7 de maio a oficial de Justiça Cristiane Oliveira, que foi alvo de constrangimento após intimar o ex-presidente Jair Bolsonaro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Brasília, no contexto do processo que o tornou réu por tentativa de golpe de Estado.
Contexto político
O episódio ocorreu no dia 24 de abril, quando Cristiane Oliveira entrou na UTI do hospital DF Star para comunicar Jair Bolsonaro sobre a abertura do processo relativo à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga um suposto plano de golpe de Estado em 2022. O STF havia determinado a intimação de todos os envolvidos no dia 11 de abril, aguardando uma data adequada para o procedimento devido à internação do ex-presidente. A Corte alterou esta decisão ao constatar a participação de Bolsonaro numa live no dia 23, sinalizando a possibilidade de seu contato naquele momento.
Reações e debates
Ao receber a oficial, Barroso prestou solidariedade em nome do STF, afirmando:
“Somos solidários e estamos ao lado de vocês para garantir o apoio e o suporte necessários para o cumprimento das funções, que são essenciais ao Supremo Tribunal Federal”
— Luís Roberto Barroso, presidente do STF
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também conversou com a servidora, destacando a influência do machismo estrutural da sociedade na exposição diferenciada da oficial, por ela ser mulher. Entidades representativas repudiaram a divulgação não consentida do vídeo que expôs Cristiane, classificando a ação como abuso que ultrapassa o direito de crítica e fere a dignidade dos servidores.
Desdobramentos e desafios
O STF anunciou o estudo de medidas administrativas para proteger os oficiais de Justiça em sua atuação, reforçando o compromisso de assegurar um ambiente seguro para o exercício das funções judiciais. O caso evidencia o desafio de resguardar a integridade dos servidores públicos diante de pressões políticas e ataques nas redes sociais. Além disso, aponta para a necessidade de avanços institucionais no enfrentamento do machismo estrutural e da exposição indevida de agentes públicos.
Este episódio marca uma reflexão sobre a segurança dos responsáveis pela execução das decisões judiciais e o papel do Judiciário em preservar suas forças de trabalho diante de crises políticas. A continuidade do processo e o acompanhamento das medidas protetivas poderão ser decisivos para o fortalecimento institucional do STF e a garantia da ordem democrática no país.
Fonte: (CNN Brasil – Política)