
Brasília — InkDesign News — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic a 14,75% ao ano, após um aumento de 0,50 ponto percentual na reunião de 7 de maio de 2024, refletindo o esforço para conter a inflação e ajustar o cenário econômico doméstico.
Panorama econômico
O ambiente econômico global apresenta desafios consideráveis, marcados por incertezas na política comercial dos Estados Unidos e seus efeitos na economia internacional. Essa conjuntura tem impactado a volatilidade dos mercados financeiros e a condução das políticas monetárias nos países emergentes, que adotam posturas cautelosas diante da instabilidade geopolítica e da desaceleração econômica global.
No cenário doméstico, o Banco Central ressalta a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho, ainda que haja sinais iniciais de moderação na expansão do PIB. O Copom destaca a persistência de inflação acima das metas, com expectativas para 2025 e 2026 também situadas em patamares superiores ao desejável, exigindo uma postura contracionista prolongada para garantir o retorno da inflação à meta.
Indicadores e análises
A decisão unânime de elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano é endossada por projeções robustas de inflação e pela avaliação de um hiato do produto positivo, que aumenta a pressão inflacionária especialmente no setor de serviços. A pesquisa Focus aponta expectativas de inflação para 2025 em 5,5% e 4,5% para 2026, acima das metas oficiais.
Os principais riscos inflacionários destacados incluem a desancoragem das expectativas ao longo de um período prolongado, a persistência de um hiato do produto positivo e possíveis impactos de políticas econômicas internas e externas que possam desvalorizar a taxa de câmbio. Por outro lado, há riscos deflacionários relacionados a uma desaceleração econômica mais pronunciada ou à redução dos preços das commodities.
“Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”
(“Such a scenario prescribes a significantly contractionary monetary policy for a prolonged period to ensure inflation converges to the target.”)— Comitê de Política Monetária, Banco Central
Impactos e previsões
O aumento da Selic, além de buscar o controle inflacionário, possui implicações para o custo do crédito, investimentos empresariais e consumo das famílias. Setores sensíveis a juros mais elevados podem observar redução na atividade, enquanto a estabilidade dos preços é fundamental para a sustentabilidade econômica de médio prazo.
Especialistas indicam que a trajetória futura da política monetária dependerá da evolução da inflação, das expectativas do mercado e dos dados econômicos que serão divulgados nos próximos meses. O Copom reforça a necessidade de manter vigilância rigorosa e flexibilidade nos ajustes futuros, considerando o elevado grau de incerteza.
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.”
(“The scenario continues to be marked by unanchored expectations, elevated inflation projections, resilience in economic activity, and pressures in the labor market.”)— Comitê de Política Monetária, Banco Central
O próximo encontro do Copom, agendado para os dias 17 e 18 de junho, será crucial para decidir se haverá nova elevação ou ajuste na taxa básica de juros, na tentativa de equilibrar o combate à inflação sem comprometer o crescimento econômico.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)