Banco Central britânico vê acordo com EUA e alerta sobre tarifas e impacto no mercado

Londres — InkDesign News — O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, avaliou o recente acordo comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido como positivo, mas destacou que as tarifas impostas sobre a maioria das exportações britânicas permanecem elevadas, afetando projeções de crescimento e comércio bilateral. O cenário, delineado após o anúncio do acordo em 8 de maio, revela impactos econômicos significativos para o Reino Unido em meio a desafios globais de inflação e crescimento.
Panorama econômico
O acordo comercial entre Washington e Londres surge em um contexto de tensões comerciais globais e ajustes nas políticas tarifárias dos EUA. Desde 29 de abril, as novas tarifas promovidas pela administração Trump passaram a influenciar diretamente o comércio exterior britânico, que já enfrenta efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia em 2020. O Banco da Inglaterra divulgou estimativas indicando que as medidas tarifárias podem reduzir o PIB britânico em cerca de 0,3% nos próximos três anos, refletindo a complexidade da atual conjuntura econômica global, marcada por inflação persistente e decisões de política monetária cautelosas.
Indicadores e análises
Embora o acordo mantenha uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos britânicos importados pelos EUA, houve redução nas taxas para setores como automóveis, aço e alumínio. Vale destacar que aproximadamente dois terços do impacto econômico advêm de efeitos indiretos causados pelas tarifas dos EUA sobre parceiros comerciais do Reino Unido, indicando uma cadeia de influência que extrapola o comércio bilateral. Segundo Andrew Bailey, “É uma boa notícia. Devo dizer que é uma ‘boa notícia’ em um mundo em que a taxa tarifária efetiva será maior do que era antes de tudo isso começar. Acho que precisamos ter isso em mente”
(
“It is a good news. I must say it is a ‘good news’ in a world where the effective tariff rate will be higher than it was before all this started. I think we have to keep that in mind.”
— Andrew Bailey, Presidente do Banco da Inglaterra
).
Impactos e previsões
As alterações tarifárias impactam diretamente setores industriais e comercialmente sensíveis, influenciando preços e competitividade dos produtos britânicos nos Estados Unidos. Além disso, a economia do Reino Unido permanece exposta à saúde do mercado global, especialmente às variações dos seus parceiros comerciais. Bailey reforçou a importância de medidas complementares para reverter a queda nas exportações para a União Europeia, vital para a recuperação econômica pós-Brexit: “O impacto de todos esses desenvolvimentos na frente comercial sobre as perspectivas do Reino Unido está condicionado, portanto, não apenas ao acordo comercial do Reino Unido, mas também ao que o resto do mundo concordar”
(
“The impact of all these developments on the trade front on the UK’s prospects is therefore conditioned not only on the UK trade agreement but also on what the rest of the world agrees.”
— Andrew Bailey, Presidente do Banco da Inglaterra
).
Especialistas monitoram atentamente os efeitos desse acordo na dinâmica inflacionária e no desempenho do PIB, destacando a necessidade de políticas que equilibrem a abertura comercial com a proteção da competitividade nacional.
O futuro das relações comerciais do Reino Unido dependerá da capacidade de adaptação às mudanças tarifárias e à evolução da economia global, com atenção especial ao fortalecimento das exportações europeias e a negociação de novos acordos que minimizem impactos negativos.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)