
Brasília — InkDesign News — A bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu, em reunião unânime nesta terça-feira (6), deixar a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi motivada por insatisfações quanto às perspectivas eleitorais para 2026 e o tratamento dispensado ao partido no governo.
Contexto político
O afastamento do PDT da base governista ocorre em um cenário de tensões internas e reestruturações políticas ligadas à Presidência da República. Na última sexta-feira (2), o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente licenciado da sigla, pediu demissão após a divulgação de um escândalo envolvendo fraude milionária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A troca ministerial e a percepção de marginalização do partido contribuíram para a decisão de desembarque da base aliada, que durante o atual mandato vinha compondo a coalizão do PT na Câmara.
O histórico da relação entre PDT e governo Lula vinha marcado por uma colaboração estratégica, porém com desentendimentos frequentes sobre posições eleitorais e espaço político, sobretudo com a aproximação das eleições gerais de 2026.
Reações e debates
O líder da bancada na Câmara, Mário Heringer (PDT-MG), confirmou que a decisão foi unânime e motivada pelo contexto eleitoral e o “tratamento recebido pelo partido”. No Senado, o líder da bancada pedetista, Weverton Rocha (MA), avaliou que a saída do governo seria mais complexa no plenário da Casa alta.
“Seguir a escolha do partido na Câmara seria um desembarque mais difícil”
— Weverton Rocha, líder da bancada do PDT no Senado
A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, manifestou o reconhecimento da importância do PDT no governo, destacando a relevância da aliança para a gestão Lula.
“PDT é fundamental em nossa base aliada”
— Gleisi Hoffmann, presidente do PT
A saída do PDT pode reconfigurar o mapa das alianças políticas e tensionar as articulações legislativas do governo, que dependem da base para aprovar medidas prioritárias nesta fase final do mandato.
Desdobramentos e desafios
A decisão do PDT implica novos desafios para o governo Lula no Congresso, especialmente para a tramitação de projetos relacionados a reformas administrativas e previdenciárias. O impacto na estabilidade da base aliada pode refletir na agenda legislativa e na governabilidade durante o processo eleitoral em curso. Weverton Rocha deve ainda consultar as senadoras Ana Paula Lobato (MA) e Leila Barros (DF) sobre a posição da bancada no Senado, buscando uma definição sobre o alinhamento da sigla na Casa.
Para o PDT, a saída é vista como uma estratégia de reposicionamento político e fortalecimento para as eleições de 2026, buscando maior autonomia e representação frente às forças políticas em disputa.
A saída do PDT da base aliada sinaliza um realinhamento importante no cenário político brasileiro, com possíveis repercussões nas campanhas eleitorais, negociações partidárias e equilíbrio de forças no Congresso Nacional. A continuidade ou reversão dessa decisão poderá moldar a dinâmica da atual legislatura e as perspectivas eleitorais futuras.
Fonte: (CNN Brasil – Política)