Astrônomos observam colisão de galáxias a 11 bilhões de anos-luz

São Paulo — InkDesign News — Astrônomos descobriram que a intensa radiação de um quasar pode alterar as propriedades gasosas em outra galáxia, inibindo sua capacidade de formar novas estrelas. A pesquisa utilizou dados do Very Large Telescope (VLT) e do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).
Contexto da descoberta
No universo distante, duas galáxias estão em um processo de colisão dinâmico. A galáxia à direita abriga um quasar em seu núcleo, que é alimentado por um buraco negro supermassivo. Este objeto emite uma poderosa radiação que tem impactos significativos sobre a galáxia adjacente, como afirmaram os pesquisadores. Essa interação ocorre a uma velocidade impressionante de 500 km/s, mas as galáxias apenas se tocam levemente antes de se afastarem e reiniciarem o processo.
Métodos e resultados
A análise dos dados do VLT e do ALMA revelou que a radiação do quasar J012555.11-012925.00 desestabiliza nuvens de gás e poeira na galáxia vizinha. Como resultado, restam apenas as regiões menores e mais densas, que provavelmente não são adequadas para a formação de estrelas. Os pesquisadores conseguiram observar pela primeira vez os efeitos diretos da radiação de um quasar na estrutura interna do gás em uma galáxia comum.
“Aqui, vemos pela primeira vez o efeito da radiação de um quasar diretamente na estrutura interna do gás em uma galáxia, que normalmente é regular.”
(“Here we see for the first time the effect of a quasar’s radiation directly on the internal structure of the gas in an otherwise regular galaxy.”)— Dr. Sergei Balashev, Astrônomo, Instituto Ioffe
Além de afetar a galáxia impactada, a fusão galáctica pode também trazer grandes quantidades de gás para o buraco negro supermassivo em seus centros. Isso resulta em uma nova reserva de combustível disponível para o quasar, potencializando sua emissão de radiação.
Implicações e próximos passos
Estudos anteriores já sugerem que a radiação de quasares e fusões galácticas eram muito mais comuns nos primeiros bilhões de anos do universo. As observações atuais foram feitas em um evento cujo brilho levou mais de 11 bilhões de anos para alcançar a Terra, permitindo aos cientistas estudar o universo como era quando tinha apenas 18% de sua idade atual.
“No confronto cósmico, novas reservas de combustível são trazidas para mais perto do buraco negro, permitindo que o quasar continue seu ataque danoso.”
(“As the black hole feeds, the quasar can continue its damaging attack.”)— Dr. Sergei Balashev, Astrônomo, Instituto Ioffe
Este cenário abre novas linhas de pesquisa sobre como as galáxias interagem em escalas cósmicas e os efeitos da radiação quasar na formação estelar. Entender esses fenômenos pode fornecer insights valiosos sobre a evolução do universo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)